É necessária uma "revolução na energia" para reduzir a demanda e combater a terceira crise mundial do petróleo em 35 anos, afirmou Nobuo Tanaka, diretor da Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda-feira. "Estamos numa terceira crise de energia", disse Tanaka. O diretor-executivo disse que o atual choque nos preços do petróleo era inédito por conta da demanda, que permanece forte mesmo com os preços próximos dos US$ 135 o barril.
Na crise do petróleo de 1973, o consumo caiu após o embargo árabe. Em 1979, durante a revolução iraniana, a demanda também recuou, diante de uma busca dos países por meios de transporte e usinas de eletricidade mais eficientes do ponto de vista energético. A AIE prevê uma elevação no consumo mundial de petróleo neste ano, já que a demanda nas economias emergentes compensa o desaquecimento nos EUA e na Europa.
"Na China, Índia e Oriente Médio, a demanda é muito, muito robusta. Não vemos nenhum indicativo de queda", acrescentou. No relatório da AIE divulgado em maio, o órgão calculou que a demanda mundial diária por petróleo deve subir 1,03 milhão de barris por dia. Este número é bastante menor do que as estimativas de um ano atrás, principalmente devido ao desaquecimento econômico nos EUA.
Tanaka pediu aos países industrializados que acelerassem os planos para aumentar os padrões de eficiência energética de veículos e tomar medidas que garantissem o sequestro de carbono. Mesmo com estas mudanças, o diretor da AIE acredita que os preços do petróleo permanecerão em níveis historicamente altos, sustentados por uma variedade de fatores, incluindo os níveis baixos de capacidade ociosa e dos estoques. "Os preços do petróleo podem não recuar facilmente para os níveis de dois, três anos atrás. Isto é bastante improvável", concluiu.
(Carbono Brasil, 03/06/2008)