A capital fluminense concentra os setores industriais com maior capacidade de poluição atmosférica em todo o estado do Rio de Janeiro. Metalurgia, indústria química, divisão de minerais não-metálicos e refino de petróleo respondem pelo maior potencial de emissão de enxofre e de material particulado (PM 10), substâncias que causam doenças respiratórias e prejudicam o meio ambiente. Os dados constam da pesquisa Estimativa do Potencial de Poluição Industrial do Ar, divulgada hoje (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo não mediu a poluição, apenas estimou o potencial poluidor com base em cálculos, de 23 atividades industriais em todo o estado do Rio, pela primeira vez.
A pesquisa mostra que, para o dióxido de enxofre, resultante da queima de combustíveis fósseis, os poluentes gerados pela metalurgia na capital correspondem a 31% do total do estado. No âmbito municipal, a metalurgia responde por 33% do potencial e a indústria química, principalmente, o ramo petroquímico, com 18% das emissões de enxofre.
O estudo destaca que, embora esses dois ramos representem apenas 8,5% das indústrias cariocas, contribuem com 51% do potencial poluidor na capital.
O município do Rio lidera também o potencial emissor de PM 10, finas partículas sólidas, e concentra 25% de toda a capacidade de emissão no estado. Somente a divisão de minerais não-metálicos (cerâmica, cimento, vidro, concreto e gesso) é responsável por 54% dessas emissões. Atrás do enxofre, o PM 10 é o poluente que o estado tem a maior capacidade de
emitir.
Na região metropolitana, o município de Duque de Caxias, assume o segundo lugar no ranking potencial de emissões de enxofre, contribuindo com 22% das emissões totais do estado. Já o município de Volta Redonda, no sul do estado, está atrás da capital fluminense, na classificação do potencial de emissão de PM 10.
A diretora da Coordenadoria de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Rosane de Andrade Moreno, chama a atenção para o fato de se concentrarem em uma parte específica do estado tanto o potencial de emissão de enxofre quanto o de PM 10.
"No caso do PM 10, três municípios respondem por 64% do potencial da emissão e no caso de PM 10 e dez municípios respondem por 87% do potencial emissor de dióxido enxofre, estando um metade na região metropolitana e a outra na região do Médio Vale do Paraíba do Sul."
Segundo Rosane Moreno, os dados da pesquisa são estimados e "podem ser maiores ou menores". Mesmo assim, devem servir de alerta para o controle das indústrias, que podem se tornar poluidoras do meio ambiente. "Isso tem importância para os planejadores", explicou Rosane, referindo-se aos governos. Ela informou que a pesquisa será realizada em outros estados.
(Por Isabela Vieira,
Agência Brasil, 03/06/2008)