Ao discursar nesta terça-feira (03/06), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o Brasil não pode perder a oportunidade de ser um grande produtor mundial de biocombustíveis. Na avaliação do senador, o país tem condições de produzir bastante etanol sem prejudicar a produção de alimentos, e preservando a floresta amazônica.
O parlamentar comentou ainda, na ocasião, que o tema biocombustíveis está em discussão na Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia, iniciada nesta terça (03/06), em Roma.
De acordo com Cristovam, o etanol brasileiro, vindo da cana-de-açúcar, tem custo de produção inferior ao de outros biocombustíveis, como o etanol originado do milho, nos Estados Unidos. Além disso, acrescentou, o país tem uma enorme quantidade de terras aráveis para produzir cana-de-açúcar sem comprometer a produção de alimentos e sem devastar a floresta amazônica.
- Nós podemos ter uma capacidade de produzir etanol que gerará para o Brasil uma fonte de dólares suficiente para o país aproveitar de uma forma importante essa chance que a história e a natureza brasileiras estão nos dando. Essa é uma oportunidade que nós não podemos perder - avaliou.
Entretanto, salientou Cristovam, o país precisa garantir que as terras usadas para plantação da cana não sejam "terras de florestas, nem terras da agricultura".
- Temos de reservar as áreas necessárias para manter a produção de alimentos e reservar áreas onde se diga que vamos conservar como florestas, onde não vai entrar a produção de etanol - enfatizou.
Além disso, continuou o senador, o Brasil deve cuidar também dos trabalhadores das áreas ligadas à produção de biocombustíveis. Ele sugeriu que o país estabeleça uma política trabalhista nesses setores, "para que os benefícios da exportação do etanol também cheguem às mãos do trabalhador". Para isso, acrescentou, o país deveria constituir um fundo com parte dos lucros da exportação do etanol para "servir ao povo brasileiro".
Em aparte, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) elogiou o discurso do colega e concordou que o país pode produzir etanol sem depreciar a Amazônia.
(Por Augusto Castro, Agência Senado, 03/06/2008)