Em pronunciamento nesta terça-feira (03/06), o senador Efraim Morais (DEM-PB) disse que o meio ambiente não precisa de ideologias, nem de radicalismos, mas de um choque de gestão que favoreça o aproveitamento econômico dos recursos naturais, como forma de melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros ainda excluídos do processo de desenvolvimento.
Efraim Morais também avaliou que o Brasil terá que fazer escolhas claras e definitivas a respeito da gestão ambiental, embora, segundo o senador, a leitura diária dos jornais faça parecer que o país disponha de apenas dois caminhos. De um lado, estaria o salvacionismo religioso da natureza, que, a priori, desconsidera o desenvolvimento do homem no presente. De outro, o uso predatório e não planejado dos recursos naturais, que elimina a possibilidade do futuro sustentável.
- Acreditamos que existe um terceiro caminho, onde a ideologia principal é o planejamento e a ferramenta de trabalho, a capacidade gerencial que nós, brasileiros, conseguimos demonstrar em tantas áreas ao longo de nossa história. A realidade é muito mais complexa do que isso e exige uma leitura muito mais elaborada e conseqüente - afirmou.
Ainda em seu discurso, Efraim Morais sugeriu ao novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que estruture a organização administrativa da pasta em torno dos biomas brasileiros. Essa estratégia, segundo ele, iria favorecer o entendimento, pela população, das políticas públicas elaboradas pelo governo para a Amazônia, os Cerrados, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal e as regiões urbanas.
Efraim Morais avaliou ainda que uma "janela de oportunidades" abre-se ao Brasil diante do fenômeno mundial de integração das massas excluídas do processo de consumo de alimentos e energia. Segundo o senador, nenhum outro país do mundo reúne condições tão favoráveis para ampliar a própria oferta de alimentos e abastecer o dinamismo dos novos mercados.
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que tanto o viés ideológico, por ele chamado de "eco-terrorismo", como o viés religioso atrapalham o desenvolvimento do país, que teria o desafio futuro de produzir energia e alimentação.
- O Brasil pode fazer, e muito, com os biomas que tem, principalmente na Amazônia, produzindo energia limpa, de hidroelétricas, sem precisar devastar nada. Que ele [Minc] faça um cursinho intensivo sobre a Amazônia e os biomas brasileiros, que se aconselhe com os governadores e as universidades, e passará a entender mais sobre o Brasil e menos sobre o Rio de Janeiro - aconselhou Mozarildo.
Já o senador Expedito Júnior (PR-RO) disse que os habitantes da Amazônia não podem ser tratados com a política do radicalismo na discussão sobre o meio ambiente.
- Tem que ceder espaço para o bom senso e o diálogo, democraticamente. O ministro tem que chamar a bancada da Amazônia para discutir o que é importante para a região - defendeu Expedito Júnior.
(Por Paulo Sérgio Vasco, Agência Senado, 03/06/2008)