Ao reassumir sua cadeira no Senado, nesta terça-feira (03/06), Marina Silva (PT-AC) afirmou que seu retorno à Casa, após cinco anos à frente do Ministério do Meio Ambiente, modifica sua forma de interagir com os colegas parlamentares, da mesma forma como, quando foi para o Executivo, levou a experiência de uma vida parlamentar de mais de oito anos.
- Minha experiência de cinco anos no Executivo requalifica minha interação com os colegas, independentemente das divisões que são feitas na lógica de partido, até porque a questão ambiental, os direitos humanos, os problemas sociais em nosso país dizem respeito ao interesse de todos os olhares que estão comprometidos com um novo processo e uma nova condição de vida para todos os brasileiros - disse a senadora.
Marina Silva definiu seu relacionamento com os diferentes segmentos sociais e diferentes partidos no Senado na defesa dos temas de interesse do país como uma espécie de "aeróbica do bem". Tal postura, segundo ela, favoreceria "uma nova visão civilizatória", que privilegie os direitos sociais e a questão ambiental, "não puramente como questão ambiental, mas como um desafio civilizatório, um novo paradigma para o desenvolvimento dos povos".
Acertos
Marina Silva defendeu as políticas ambientais implementadas durante sua gestão no Ministério do Meio Ambiente. Em referência ao último relatório do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base em dados do projeto Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que indicou aumento da área de desmatamento na Amazônia Legal, em especial no Mato Grosso, lembrou que, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Pará em dezembro de 2007, já havia sido detectada tendência de desmatamento.
A senadora enfatizou a importância das ações adotadas a partir de então, como o embargo das áreas ilegais desmatadas, a divulgação da lista dos principais contraventores e a moratória decretada nos 36 municípios com maiores índices de desmatamento.
- Pelos dados do Deter, o que aconteceu ontem, só reafirma o quanto as medidas estão acertadas. As medidas estão corretas e precisam ser implementadas com todo rigor - disse.
A senadora mencionou ainda as dificuldades enfrentadas pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Polícia Federal em alguns estados, como Mato Grosso e Rondônia, para estabelecerem parceria no combate ao desmatamento.
- No lugar de ficar questionando as medidas, como tem feito o governo do estado do Mato Grosso, há que se somar forças para dois movimentos: a implementação das ações de combate ao desmatamento e o apoio às medidas à operação Arco Verde.
A operação, lembrou a senadora, destinou, no dia 8 de maio, R$ 1 bilhão para a recuperação de áreas desmatadas e ações de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
(Por Cristina Vidigal, Agência Senado, 03/06/2008)