O governador Blairo Maggi (MT) disse que a diferença entre os dados do SAD e as informações do Inpe reforça sua convicção de que a metodologia do órgão federal não é a "mais correta" e "mistura" dados. "O SAD considera só o corte raso, que é aquele que não tem mais jeito e não há mais floresta. A degradação progressiva, conforme o estágio, pode ser revertida. Não se trata da mesma informação."
Sobre o aumento de 47% detectado em abril na Amazônia em relação a abril de 2007, ele disse ser "possível", mas culpa os pequenos proprietários: "Tivemos muitos assentamentos implantados nos últimos anos e eles têm financiamento do Pronaf. Hoje mesmo sobrevoei a região norte e não vi grandes áreas de desmate".
Maggi disse que a Sema vai verificar os dados do Inpe: "Se encontrarmos crime, vamos embargar. Mas também vamos registrar os pontos em que houver discordância".
O secretario do Meio Ambiente do Pará, Valmir Ortega, disse que o desmate no Estado deve crescer em 2008, mas menos do que indicam os dados do Imazon (74%) -ele calcula um aumento de 10% a 20%: "Claro que [o desmate] não vai diminuir apenas com a fiscalização. Trabalhamos para induzir novas atividades econômicas, para haver uma substituição. Mas, falando de forma bem honesta, sabemos [que isso] não dará resultados em menos de dois anos. É uma semente que será colhida em 2010".
(Folha de São Paulo, 04/06/2008)