Embora reconheça os esforços do Governo Federal e de alguns estados brasileiros na contenção do ritmo do desmatamento da Amazônia, a ONG ambientalista WWF-Brasil vê com preocupação o quadro exposto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP).
O anúncio de aumento no desmatamento de agosto/07 a abril/08 em comparação com o período de agosto/06 a junho do ano passado indica tendência de piora nos próximos meses, durante a estiagem na Amazônia, que ainda pode durar de 4 a 5 meses. WWF-Brasil acredita que mecanismos de controle existentes precisam ser duramente aplicados e outras medidas são necessárias para reduzir a destruição das florestas.
A retomada do desmatamento demonstra que as necessidades do mercado vêm se sobrepondo à questão ambiental e a própria legislação ambiental - num momento em que o preço das commodities disparam no cenário mundial - e que, mais do que nunca, são necessários o reforço, a manutenção e implementação completa das medidas restritivas de crédito e de embargo à produção para atividades ilegais na região.
"Neste momento de mudança de lideranças no Ministério do Meio Ambiente, nós esperamos que a nova gestão dê continuidade às políticas públicas acertadas, como a Resolução 3545, do Conselho Monetário Nacional, que exige o Certificado de Cadastramento do Imóvel Rural para a concessão de créditos. Diante deste cenário, somos contrários, também, à 'flexibilização' do Código Florestal Brasileiro, como querem alguns parlamentares, sob pena de incentivar e beneficiar o desmatamento ilegal", frisa Denise Hamú, Secretária Executiva do WWF-Brasil,
Hamú destacou que, neste momento crítico, o Governo não pode enviar sinais trocados à sociedade, porque isto aumenta o risco de que a situação venha a se agravar ainda mais. Para o WWF-Brasil, é hora de se investir em um modelo de desenvolvimento da era do conhecimento, precificando e remunerando os serviços ambientais prestados pela Amazônia, valorizando, assim, nosso ativo econômico natural e promovendo o desenvolvimento com sustentabilidade.
(Por Gadelha Neto, Ass. Com. da WWF-Brasil, texto recebido por E-mail, 03/06/2008)