Neste sábado (07/06) ocorre o seminário estadual "A crise de alimentos e a importância do Programa de Aquisição de Alimentos como política pública". A atividade ocorre no CTG Porteira da Querência, em Sarandi, das 9 às 14 horas. O deputado estadual Ivar Pavan (PT) falará na abertura do evento. O parlamentar integra a CPI dos Adubos.

O professor de sociologia rural e teorias do desenvolvimento da Ufrgs, Sérgio Schneider, abordará a crise dos alimentos no primeiro painel previsto para às 10 horas. Logo após, o Diretor de Logística e Gestão Empresarial na Companhia Nacional de Abastecimento, Sílvio Porto, trata do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e o terceiro painel no final da manhã é com o coordenador da Fetraf/Sul, Altemir Tortelli, detalhando o PAC Mais Alimentos proposto pela entidade ao governo federal.

Após os debates ocorre almoço na Associação dos Funcionários Municipais de Sarandi.

Às 14 horas serão entregues cestas para 700 famílias beneficiadas do PAA, vinculadas ao Programa Fome Zero. A atividade é promovida pela Fetraf e Comitê Gestor do PAA de Sarandi, com apoio da Prefeitura e Câmara de Vereadores do município, Ministério do Desenvolvimento Agrário e várias cooperativas.

Soberania alimentar

Ivar Pavan abordou a crise de alimentos no espaço do Grande Expediente na última semana. O deputado petista destaca importância das políticas públicas e o papel do Estado no fortalecimento da agricultura familiar e na soberania alimentar no combate a crise mundial de alimentos. "Os alimentos e os fertilizantes não podem ficar à mercê do livre mercado", observa.

Ele defende a mudança de modelo agrícola para impedir que cresça o número de pessoas sem acesso à comida. "É preciso construir um modelo de desenvolvimento sustentável, que tenha como base a soberania alimentar dos povos; o fortalecimento da agricultura familiar; o Estado como promotor e regulador; o mercado com papel secundário no abastecimento alimentar", sugere. A especulação financeira, transformando comida em mercadoria, é o principal motivo da alta dos alimentos no mundo, resume o parlamentar .

"O atual modelo, em que todos os agricultores e consumidores estão a serviço do enriquecimento de algumas empresas, não é sustentável e necessita ser substituído. Os fertilizantes agrícolas e os próprios alimentos, não podem ficar à mercê do livre mercado. Se quisermos enfrentar a crise mundial de alimentos e a alta no preço dos insumos agrícolas, é preciso fazer uma completa inversão do modelo vigente", alerta.

O Estados Nações precisam intervir de forma decisiva para planejar, fiscalizar e controlar a produção e a distribuição de alimentos, sugere Pavan. "Precisamos proteger os alimentos das especulações financeiras, combater os monopólios dos grandes grupos econômicos e garantir que cada país tenha o direito de ter sua soberania alimentar. Esta tarefa não é apenas do Governo Federal. É uma tarefa de Estado, de todos os governos e da sociedade civil organizada", entende o parlamentar, que é agricultor familiar.
 
(Por Stela Pastore, Agência de Notícias AL-RS, 03/06/2008)