PRIMEIRO PAINEL CONDENOU O ANTROPOCENTRISMO
2002-01-29
O primeiro painel do Fórum Preparatório RIO+10, Ética, Globalização e Sustentabilidade, teve a crítica ao antropocentrismo como tônica. Dois, dos quatro, painelistas condenaram esta visão implantada no final da Idade Média. - É preciso adotar uma visão baseada no ecocentrismo, sugeriu Pedro Ivo Batista, da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CUT. Para ele, a ética, em um mundo globalizado e sustentável, passa pela mudança do modelo industrial, levando em conta a escassez dos recursos naturais e uma produção que chegue a todos. - Não é possível que todos consumam o mesmo que os Estados Unidos, senão o mundo entra em colapso, projeta. O agrônomo José Lutzenberger endossou a posição ecocentrista de Batista, condenando o globalismo industrializado. - Praticamos um fundamentalismo pior do que o do Bin Laden. Enquanto o terrorista é contra uma pequena parte do mundo, nós somos contra toda o resto, contra todas as demais espécies, detonou o ambientalista. Moacir Gadotti, diretor regional para América Latina da Associação Internacional de Educação Comunitária, lembrou tese do educador Paulo Freire, segundo a qual há duas éticas: a do mercado e a do ser humano. O último palestrante a falar, Frei Beto, alertou que temos que repensar a nossa forma de encararmos o mundo. - Não dá para mudar a rota de destruição sem mudar a cultura das pessoas, advertiu.