A cidade de Tóquio, onde vivem 13 milhões de pessoas, prepara-se para instaurar quotas de emissões de dióxido de carbono para lutar contra as alterações climáticas, informou hoje a municipalidade. O governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, anunciou hoje na assembleia da capital que quer criar o primeiro sistema de quotas de emissões de carbono do Japão. “A cidade de Tóquio visará uma redução de 25 por cento das emissões de carbono em 2020, em relação ao ano de 2000”, declarou Katsunori Yano, responsável do departamento de Ambiente do município.
A proposta será submetida a 10 de Junho à assembleia municipal, onde a maioria é do partido do governador Ishihara, o Partido Liberal Democrata (PLD), direita, igualmente no poder no Japão. Em 2010 será lançado um mercado de carbono, com a fixação de quotas de emissão para as indústrias poluentes. Estas poderão comprar licenças para poluir às empresas mais limpas, precisou Yano.
A região de Tóquio - que inclui a cidade de Tóquio propriamente dita e outras cidades, como Yokohama – constitui a maior cidade do mundo com 35 milhões de habitantes. O Japão está longe de cumprir os objectivos do Protocolo de Quioto, que lhe impõe uma redução das suas emissões de gases com efeito de estufa de seis por cento até 2012, em relação a níveis de 1990.
De 7 a 9 de Julho, o país vai organizar a cimeira do G8, em Hokkaido, com prioridade dada à luta contra as alterações climáticas. Segundo a agência de imprensa Kyodo, que não cita fontes, as negociações entre os países do G8, antes da cimeira, estão a ser bloqueadas pelos Estados Unidos. Washington não quer um compromisso do G8 contra as alterações climáticas e defende que os países emergentes, como a China e a Índia, se associem a decisões vinculativas.
A iniciativa de Tóquio segue a ideia de uma iniciativa do estado norte-americano da Califórnia, que votou em 2002 uma lei impondo aos construtores de automóveis uma redução de 30 por cento das emissões poluentes dos veículos, entre 2009 e 2016. A administração recusou legislar um plano nacional de reduções.
(AFP, Ecosfera, 03/06/2008)