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eucalipto aracruz/vcp/fibria
2008-06-03

Alvo de críticas dos movimentos sociais e de alguns ambientalistas, o cultivo de florestas com eucalipto ainda é visto com receio e requer esclarecimentos. Foi isso que se pôde notar na manhã de ontem, em Rio Pardo, durante evento que reuniu estudantes do município. Promovido dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, o encontro serviu para mostrar os impactos que podem ser causados com a instalação de um terminal portuário da Aracruz Celulose.

Com um investimento previsto de R$ 21 milhões, o terminal deverá entrar em operação em janeiro de 2011. Até lá terão se desenvolvido as mudas de eucalipto destinadas à extração de celulose que vêm sendo cultivadas desde 2002. Mas enquanto isso não acontece, diretores da empresa estão promovendo uma cruzada para falar sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais que podem ser causados. No painel com os alunos foram apresentadas informações referentes ao andamento do projeto e também quanto aos mitos envolvendo as florestas comerciais.

Junto de professores, os jovens fizeram perguntas sobre os possíveis riscos que a obra pode causar. As mais comuns envolveram os danos que a planta provoca ao solo, água e ar. Outras questões envolveram a importância e a durabilidade do empreendimento, considerado um dos maiores já realizados no município.

Acompanhado do gerente de meio ambiente, Clóvis Zimmer, o gerente de desenvolvimento da empresa, Otemar Alencastro, explicou que o projeto está em fase de licenciamento pelos órgãos ambientais e salientou que embora existam preocupações, é necessário levar em conta os sistemas de manejo adotados pelos produtores para que possam ser obtidos bons resultados. Estes são apenas alguns dos procedimentos adotados pela empresa a fim de cumprir as exigências dos órgãos ambientais.

150 Anos
“Além de manter uma área de preservação com um hectare para cada dois cultivados, a empresa também respeita os limites destinados ao plantio”, salientou Alencastro. Esta iniciativa tem como objetivo evitar degradação do solo e ainda o esgotamento das reservas. Durante o debate, ele desmitificou que a planta possa causar estragos deste tipo. “O eucalipto não é suicida, por isso não consome todos os nutrientes de que necessita”, frisou.

Os esclarecimentos também estão sendo feitos como forma de preparar a população rio-pardense para uma audiência pública ­— prevista para ocorrer em outubro — na qual serão detalhados todos os procedimentos envolvendo a instalação da unidade. “Procuramos sempre informar sobre tudo o que pode acontecer para deixar os moradores tranqüilos”, completou.

Outro questionamento apresentado envolveu o prazo previsto para a permanência da estrutura em Rio Pardo. “Temos previsão de aplicar R$ 2,8 bilhões no Estado. Nenhuma empresa faria um investimento tão alto para algo que durasse pouco tempo. É algo para pelo menos 150 anos”, respondeu a um estudante.

De acordo com o cronograma de investimentos, em 2008 a Aracruz vai tratar da legalização do empreendimento. No ano que vem está prevista a construção do terminal e a partir de 2010 serão feitos os testes para carregamento da madeira em escala não comercial. Somente em 2011 deve começar a operação efetiva.

Saiba mais 
Durante o encontro com os estudantes, Otemar Alencastro e Clóvis Zimmer tentaram esclarecer mitos em torno do plantio de eucalipto em escala comercial. Confira a seguir algumas das explicações:

Manejo
Para evitar danos ao meio ambiente, a Aracruz desenvolve um rigoroso programa destinado ao plantio e retirada da madeira. Além de respeitar as áreas de preservação, a empresa também procura manter locais de preservação na proporção de um hectare para cada dois plantados com eucalipto

Água
O plantio das florestas é proibido próximo a lagos ou nascentes. A área mínima a ser preservada é de 30 metros. Nas regiões onde brotam rios, o espaço preservado ainda é maior. Segundo Alencastro, há casos em que houve recuperação de pontos devastados depois que começaram a ocorrer os plantios de florestas.

Solo mais pobre
Outro mito recorrente, segundo Clóvis Zimmer, é sobre o empobrecimento do solo onde ficam as plantações. Ele explica que as raízes das árvores são superficiais, o que ajuda a reduzir a retirada de nutrientes. Além disso, há uma compensação com o depósito de matéria orgânica proveniente da extração das toras.

Biodiversidade
O modelo adotado pela Aracruz no Rio Grande do Sul é chamado de mosaico, ou seja, mantém locais de preservação entre as florestas. “As áreas onde estamos realizando os plantios já foram muito devastadas pelo homem. Agora fazemos o contrário, garantindo a preservação e recuperação dos terrenos”, completou Zimmer.

Benefícios ambientais
Além de prevenir a erosão, o plantio de eucalipto também pode amenizar os danos ao oxigênio, seqüestrando gás carbônico. Para se ter idéia desta preocupação, a empresa faz levantamentos quanto às emissões e tenta compensar com o plantio das florestas. De acordo com Zimmer, a captura de gás é pelo menos cinco vezes maior do que o que é produzido. 
 
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 03/06/2008)


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