Os números divulgados ontem (2) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) reafirmam a tendência de aumento na devastação da área da Floresta Amazônica e mostram que o governo deve ser ainda mais rígido no combate ao desmatamento. É o que disse o pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo. “[Os dados] revelam que o desmatamento não é algo fácil de ser domado”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
Para Veríssimo, apesar de o levantamento via satélite feito pelo Inpe não ser completamente correto, especialmente por causa da interferência das nuvens, o trabalho tem a importância de “manter um debate sobre o desmatamento e também orientar o próprio governo federal e estaduais na formulação de políticas públicas para o meio ambiente”.
Ele destacou que a devastação da região amazônica tem crescido desde o ano passado. Desde agosto, acrescentou, “todos os meses o desmatamento está sempre maior quando a gente compara com o mesmo mês do ano anterior”.
O pesquisador, no entanto, ressaltou que, mesmo que as medidas anunciadas pelo governo no início do ano, tanto de repressão, que já estão em vigor, quanto de restrições ao crédito, que começam em breve, ainda não tenham apresentado o efeito esperado, é necessário que o governo mantenha uma política contínua, persistente.
“Eu acho que esse crescimento do desmatamento pós medidas anunciadas não desqualifica as medidas, mostra que de fato o enfrentamento do desmatamento precisa ser persistente, ao longo de um tempo maior - algumas medidas precisam até ser mais duras, principalmente na questão de reprimir o desmatamento ilegal - e mostra a importância das medidas de natureza econômica que vão entrar em vigor agora”, concluiu.
(Por Ana Luiza Zenker,
Agência Brasil, 02/06/2008)