Membros do Conselho Superior do Meio Ambiente e do Departamento de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmaram ontem (2) que a ineficiência nas políticas de comunicação sobre o etanol brasileiro tem dado margem a críticas internacionais sobre a produção do biocombustível do país. Representantes da federação que participaram do debate sobre meio ambiente promovido pela entidade, em São Paulo, disseram que a divulgação de informações corretas são a melhor maneira de derrubar as barreiras e a acabar com a discriminação contra o etanol.
"Estamos nos comunicando mal com a sociedade”, disse o vice-presidente e diretor titular do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis. “De repente, o agronegócio vira o vilão, sem poder nem mostrar todo o desenvolvimento que ele pode proporcionar.”
“Da porteira para dentro, estamos muito bem. Mas da porteira para fora, não.”, afirmou o membro do Conselho Superior do Meio Ambiente, Maurílio Biagi. “Nossa comunicação é péssima.
Usando dados da União da Indústria da Cana-de Açúcar (Unica), Biagi afirmou que o balanço de emissões de dióxido de carbono da produção do etanol brasileiro é muito positiva; que a cultura do etanol não ameaça a produção de alimentos; e que a expansão dos canaviais não tem relação direta com o aumento do desmatamento na Amazônia.
Marcio Nappo, assessor de Meio Ambiente da Unica, que também compareceu ao evento, reiterou que “o etanol brasileiro é o biocombustível mais adequado para as reduções de gases que causam o efeito estufa”. Disse também que problemas de trabalhistas e sociais apontados como pontos contra a cultura da cana são pontuais e estão sendo solucionados.
(Por Vinicius Konchinski,
Agência Brasil, 02/06/2008)