Mato Grosso continua a ser o Estado brasileiro que mais desmata. Esse é o resultado de nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira (02/06) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Durante coletiva à imprensa na sede do órgão, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em São José dos Campos (SP), pesquisadores informaram que, de acordo com o sistema DETER – Detecção do Desmatamento em Tempo Real, 1.123 km2 da Floresta Amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril.
Além dos números do desmatamento em cada estado da Amazônia Legal, o INPE também divulgou o índice de cobertura de nuvens do período analisado. A cobertura de nuvens costuma variar muito de um mês para outro, assim como a localização das áreas encobertas.
Do total desmatado, 794 km2 correspondem ao Mato Grosso. Em março, o sistema havia registrado 112 km2 no estado. Porém, no mês anterior 78% da Amazônia estava coberta de nuvens, sendo que 69% do Mato Grosso não pôde ser observado pelos satélites. Já em abril, 53% da Amazônia esteve sob nuvens, mas apenas 14% do Mato Grosso ficou encoberto. Isto indica que a oportunidade de observação no estado aumentou muito de março para abril.
Em operação desde 2004, o DETER foi concebido como um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. São mapeadas tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal. É possível detectar apenas polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares por conta da resolução dos sensores espaciais (o DETER utiliza dados do sensor MODIS do satélite Terra/Aqua e do sensor WFI do satélite sino-brasileiro CBERS, com resolução espacial de 250 metros). Devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema.
(EcoAgência, com informações do INPE, 02/06/2008)