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gestão de resíduos coleta seletiva
2008-06-03

O destino do lixo é o tema desta terceira reportagem da série sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente que o Diário Popular publica até o sábado. Enquanto o poder público e o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) investem pesado na área, a falta de consciência por parte da população, em alguns casos até por preconceito em torno do assunto, desponta como um dos principais problemas. Prova disso são os números da produção diária local que atualmente equivalem à quantidade prevista para o ano de 2025. Ao todo são 160 toneladas diárias, entre zona urbana e rural, o que representa aproximadamente 800 metros cúbicos, ou seja, 32 caminhões cheios de lixo.

Na opinião do chefe do Departamento de Processamento de Lixo do Sanep, Edson Monterosso, só recursos não bastam. Segundo ele é preciso introduzir um novo conceito para a sociedade de redução dos resíduos a serem descartados. “E não é só em relação à quantidade, mas também ao seu grau de poluição. Produzir menos resíduos e com menor grau de poluição deve ser uma premissa a ser seguida, principalmente se considerarmos o crescimento populacional e o aumento significativo de embalagens descartáveis, não-recicláveis ou de difícil reciclagem”, afirma.

De acordo com o técnico do Sanep, o crescimento populacional de Pelotas atualmente é de 1,2% ao ano, enquanto o do lixo varia de 3 a 4%. Isto dá uma noção real do problema que antecipa em 20 anos a produção local do lixo. “Hoje se produz em Pelotas a quantidade de resíduos prevista para 2025.”

Para o professor dos cursos de Ecologia e Ciências Biológicas da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Marcelo Dutra da Silva, o lixo é um problema comum a todo grande centro urbano e a principal questão é: “Onde colocar o lixo?” Segundo ele, talvez este seja o momento para investir em programas de conscientização (educação ambiental) e reciclagem mais eficientes.

Coleta seletiva
A coleta seletiva, tanto em escolas como nos condomínios, ainda é uma das apostas das autoridades para conscientizar a população sobre a importância da reciclagem. Em Pelotas, o Sanep realiza desde 2005 o projeto Adote uma escola que conta com a participação de 77 instituições de ensino. No último relatório, com dados fechados do ano de 2006, é apontado que foram recolhidas mais de duas toneladas de material entre latas, plásticos, vidros e papel. Com a venda destes produtos foram repassados aos parceiros do projeto, somente naquele ano, R$ 24 mil.

Num balanço geral, do início das atividades até agora, segundo Monterosso, foram repassados a todas as escolas aproximadamente R$ 155 mil. Só para atender aos educandários, o caminhão-baú do Sanep que faz a coleta roda mensalmente 1.200 quilômetros e recolhe, por dia, cerca de uma tonelada e meia de material reciclável.

Para arrecadar o material dos 45 condomínios cadastrados ao programa Coleta seletiva são percorridos 700 quilômetros por mês e a produção média diária chega a 500 quilos. Na coleta conteinerizada o total de resíduos chega a 250 toneladas por mês nas 50 unidades espalhadas pela cidade. Para o segundo semestre deste ano está prevista a implantação da coleta seletiva porta a porta e nos bairros.

Ações
Para enfrentar a problemática da destinação final dos resíduos sólidos, Monterosso defende a implantação de algumas ações de caráter normativo, como por exemplo, a criação de programas para minimizar a geração de lixo nos municípios, a reorganização de cooperativas de reciclagem com a inclusão participativa dos catadores em todo o processo produtivo e mecanismos onde as empresas que trabalhem com material reciclável (pós-consumo) possam ser beneficiadas em termos de tributação.

O chefe do Departamento de Processamento do Lixo do Sanep também é a favor da criação de sacolas feitas de material plástico biodegradável e de oferecer descontos para quem fosse ao supermercado e não precisasse utilizar as sacolas plásticas.

Administração já procura um novo aterro
As 160 toneladas de lixo recolhidas diariamente em Pelotas têm como destino final o aterro controlado, que fica próximo ao canal Santa Bárbara. No local foi inaugurada recentemente a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), avaliada em R$ 2 milhões, que vai garantir mais dois anos de vida útil ao aterro, enquanto a administração busca uma nova área.

Segundo o diretor-presidente do Sanep, Ubiratan Anselmo, ainda neste ano deve entrar em funcionamento a Usina de Triagem e Compostagem, a ser instalada na BR-392, que deverá reduzir em até 50% o lixo diário a ser enviado ao aterro. O investimento será de R$ 6,5 milhões com recursos obtidos através do Ministério das Cidades.

O recolhimento domiciliar e hospitalar é feito através da empresa PRT que serve a 98% da população urbana e rural. Na área da saúde são recolhidas mensalmente, entre o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS), 6,5 toneladas de Resíduos. O material é encaminhado para tratamento junto à unidade de autoclavagem da PRT.

Louis Braille
Um exemplo de que a conscientização é o principal fator para a importância da reciclagem está na Escola Louis Braille, que atende deficientes visuais. Através do projeto Adote uma escola a entidade recebe mensalmente R$ 700,00. “Já chegamos a receber R$ 1,5 mil”, conta o presidente Dilmar Cunha Rodrigues. Segundo ele, grande parte do material é doada por empresas. Somam-se a isso, as garrafas pet levadas para a escola pelos próprios alunos e os produtos recebidos da vizinhança.

(Por Ivelise Alves Nunes, Diário Popular, 03/06/2008)


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