O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luis Henrique Chaves Daldegan, voltou a questionar os dados do Inpe que colocam o Estado na liderança do desmatamento dentro da Amazônia Legal.
Para Daldegan, os dados de ontem, que apontam o Estado como campeão de desmatamento, carecem de checagem. "Infelizmente, não foi colocado em que ano foi [feita a supressão da vegetação]. Temos áreas identificadas que foram desmatadas em 2000 ou 2001. Essa degradação é progressiva."
Segundo o secretário, o desmatamento maior verificado em MT está ligado ao fato de ter sido possível observar bem o Estado por satélites, já que sua área teve pequeno percentual de cobertura por nuvens.
Ele também afirmou que os dados do sistema Prodes [que calcula área desmatada], com divulgação prevista para o segundo semestre, vão mostrar queda na derrubada de floresta no Estado. "Pelas nossas projeções, vamos ter um desmatamento grande na Amazônia e, em Mato Grosso, menor."
Daldegan -o único representante de governo estadual a acompanhar a apresentação dos dados feita pelo Inpe ontem- disse que o governo vai continuar a ir a campo para confirmar pontos de desmatamento apresentados pelo Inpe.
"Vamos fazer as verificações, os autos de infração daqueles desmatamentos encontrados. E vamos retornar as informações com o Inpe porque nós estamos fechando um termo de cooperação", disse Daldegan.
Pelo acordo, os dados de desmatamento do Inpe serão enviados para a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso. Em contrapartida, a secretaria fará relatórios sobre as observações realizadas nos locais apontados e entregará ao Inpe.
(Por Fábio Amato e Afra Balazina, Folha de São Paulo, 03/06/2008)