Foi realizada na cidade de Uiraúna, neste sábado (31), mais uma manifestação em favor do projeto de integração de bacias do São Francisco. A mobilização foi organizada pelo Comitê Paraibano em Defesa da Transposição em contou com a participação de lideranças políticas da região. Estiveram presentes os deputados Leonardo Gadelha (PSB), Jeová Campos (PT) e José Aldemir (DEM) participaram durante todo o dia do ato público. O comitê esteve representado pelo presidente, Dom Aldo, e pelo secretário executivo, Chico Lopes. A população da cidade compareceu e lotou a sede da AABB local
Por volta das 9h da manhã aconteceu a abertura oficial, realizada por Dom Aldo. A presidente da Câmara Municipal de Uiraúna, vereadora Maria Joaquina, também falou na abertura e ressaltou a ação decisiva do presidente Lula e a defesa histórica do projeto pelo deputado federal Marcondes Gadelha (PSB). A igreja católica esteve representada pelo padre Djacy e pelo bispo de Cajazeiras, Dom José Gonzáles. Padre Djacy lembrou a cruz de latas que já virou símbolo de luta de movimento. Dom José garantiu que a igreja católica "apóia oficialmente a obra e opiniões contrárias dentro da igreja são atitudes isoladas".
"A estrutura do evento foi nos moldes da de Monteiro", explicou Chico Lopes. Técnicos do Ministério da Integração e da Agência de Águas do Estado apresentaram dados técnicos e estruturais do projeto. Alguns números chamam atenção. De acordo com Gilmar Ferreira, do Ministério da Integração, "80% da água fluvial disponível no nordeste, mas a área do rio abriga apenas 17,5% da população da região". O projeto de transposição vai garantir segurança hídrica para 12 milhões de nordestinos. "O projeto é inteligente e muito seguro. A água só será captada quando os locais atendidos necessitarem. Em um ano de chuva como 2008 nada sairá do rio", esclareceu Gilmar. O representante da Aesa expôs, de maneira detalhada, os pontos de entrada e distribuição da água na Paraíba.
Depois da parte técnica foi a hora dos discursos políticos. Com prefeitos de várias cidades, algumas do Rio Grande do Norte, vereadores e secretários municipais, os deputados garantiram apoio incansável ao projeto. Leonardo Gadelha lembrou que a obra passou por várias modificações e "atingiu o estado de arte no governo Lula. Temos, sem dúvida, o projeto mais seguro, viável e eficaz dos últimos 150 anos". Para Leonardo, os que criticam a obra além de não conhecerem o projeto desconhecem também a real necessidade de água da região. "Não há quem conheça o projeto, realmente, e seja contrário a ele. Não se trata de uma obra para grandes investidores, mas de uma salvação para milhões de nordestinos".
A repercussão na cidade e região atingiu as expectativas do comitê. "Tivemos um bom público e técnicos com conhecimento do projeto. Acredito que esse modelo de mobilização, que não pretende juntar multidões, tem importante papel na conscientização daqueles que ainda não apóiam o projeto", avalia Leonardo. O comitê tem seguido uma linha de divulgação dos critérios técnicos da obra. "A idéia é que as as pessoas entendam a obra e a destinação da água para que possam rebater argumentos vazios como o de que a transposição vai privilegiar grandes produtores rurais". Leonardo garantiu que o trabalho do comitê continua e "que a sociedade já compreende a obra e, cada vez mais, apóia o projeto.
(Portal Correiro, 31/05/2008)