Cerca da metade da madeira que será consumida na planta de Guaíba da Aracruz para a fabricação de celulose chegará à unidade através da hidrovia. O gerente regional florestal da empresa, Renato Alfonso Rostirolla, calcula que isso deve fazer com que passem pelo terminal fluvial de Rio Pardo, que será implementado pela companhia, em torno de 10 mil toneladas de madeira ao mês.
O porto que será construído em Rio Pardo, orçado em R$ 21 milhões, faz parte do programa de expansão da Aracruz, que contempla investimentos de R$ 4,9 bilhões no Rio Grande do Sul. Estão previstas a construção de uma nova linha de produção de celulose, ampliação da base florestal e implantação de um sistema de logística hidroviária. O início das obras do terminal deve ocorrer no primeiro trimestre de 2009, com partida programada para 2011. Durante a instalação, deverão ser gerados cerca de 300 empregos. Em operação, serão abertos 90 postos de trabalhos diretos e cerca de 450 indiretos.
A hidrovia do Jacuí, que será utilizada pela Aracruz, atravessa regiões com alta capacidade de produção agrícola ligando-as a Porto Alegre e ao porto do Rio Grande. Rostirolla salienta que o transporte pelo rio Jacuí poderá ser feito 24 horas por dia, pois haverá sinalização para realizar a navegação noturna.
"É um transporte com menor impacto ambiental", enfatiza o gerente regional florestal da Aracruz. Em matéria de custos, Rostirolla relata que os modais rodoviário e hidroviário se equivalem. No entanto, ele acrescenta que, se o custo do petróleo continuar a subir, o uso dos rios pode ser intensificado.
A Aracruz inaugurou na sexta-feira o escritório do Programa Produtor Florestal, em Rio Pardo. Rostirolla explica que o escritório facilitará e agilizará as atividades que a empresa possui na região. A sede servirá de base para toda a equipe de silvicultura e colaboradores da companhia que atuam no entorno e será coordenada pelo gerente de fomento florestal, Sérgio Favero.
A Aracruz pretende incluir os produtores no seu programa de suprimento de madeira. A expectativa é de aumentar os contratos de fomento e somar, aproximadamente, 2 mil hectares anuais de plantio. No programa, a empresa se compromete em comprar a produção da madeira e transferir tecnologia, assistência técnica e insumos para todos os contratados, proporcionando condições de instalação de plantios produtivos e adequados às normas ambientais.
(JC-RS, 02/06/2008)