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cop/cdb conservação da biodiversidade
2008-06-02

A COP9 da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada em Bonn, decepcionou os ambientalistas. As organizações participantes criticaram a falta de iniciativa do G8 em levantar recursos para a proteção ambiental. Organizações ambientais internacionais fizeram uma avaliação negativa da 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada esta semana em Bonn. Em alguns pontos, houve pequenos avanços; em outros, permanece a estagnação. Um fracasso absoluto pôde ser evitado graças à iniciativa alemã, ressalvaram as organizações não-governamentais presentes na conferência.

Entre outras críticas, os ambientalistas lamentam que os recursos para a preservação das florestas tropicais sejam insuficientes e que os países participantes da conferência não tenham empreendido nada para limitar a produção de biocombustível. Na avaliação do Greenpeace, a conferência revelou a paralisia da comunidade internacional diante do desafio de proteger a natureza e a biodiversidade. "Somente no âmbito de preservação marinha e no combate à biopirataria houve avanços importantes." O WWF também reconheceu alguns progressos durante a conferência, mas lamentou a falta de uma grande ruptura.

O principal problema – na visão de Martin Kaiser, coordenador do Greenpeace na Alemanha – é a grave escassez de recursos para a proteção global da biodiversidade. "Com exceção da Alemanha, nenhum dos países do G8 se empenhou em levantar dinheiro para a preservação das florestas tropicais", reclamou ele.

Diversos assuntos adiados para 2010
As organizações ambientais não deixaram de reconhecer as boas novas da COP9. A conferência acertou, por exemplo, um plano para negociar um acordo sobre a o aproveitamento de recursos naturais provindos dos países mais pobres. Quanto à biopirataria, os ambientalistas acham que a conferência de Bonn deixou a desejar. Um eventual acordo para conter a biopirataria foi adiado para 2010.

Na avaliação da organização alemã Bund (Federação de Meio Ambiente e Proteção Ambiental da Alemanha), a conferência deixou de atingir sua principal meta, ou seja, pôr fim à extinção de espécies até 2010. "Mas algumas coisas foram encaminhadas", pondera o presidente da Bund, Hubert Weiger, "e o governo alemão tem tempo de implementá-las até a conferência de 2010 no Japão". "Se os países não entrarem em acordo no Japão, a batalha pela manutenção da biodiversidade estará perdida", adverte ele.

Plano global em vez de ações pontuais
Um bom começo, no parecer das organizações ambientais, foi o financiamento das áreas florestais protegidas, graças à iniciativa alemã. No entanto, o cálculo de 30 bilhões de euros anuais para tal finalidade necessariamente requer a adesão de outros países. Isso dependeria de o G8 aprovar mais verbas. O WWF se mostrou satisfeito com a planejada demarcação de áreas protegidas em diversos países. No entanto, a organização alertou que o mundo não pode ser salvo pedaço por pedaço, mas requer urgentemente um plano global.

Para a Nabu (Federação de Proteção Ambiental Alemanha), a maior decepção da conferência foi no âmbito da conservação florestal. "Há quatro anos, a comunidade internacional já tinha decidido criar mais áreas protegidas e liberar recursos suficientes para tal", lembrou o presidente da Nabu, Olaf Tschimpke. Quanto à devastação da natureza pela produção de biocombustível, não houve progresso nenhum, conforme avalia o Greenpeace. "Sobretudo o Brasil continua se recusando a aceitar uma limitação do cultivo de áreas para biocombustível, uma medida fundamental para impedir o desmatamento."

(Deutsche Welle, 31/05/2008)
 


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