Reunidos em Bonn até o final da semana, ministros de Meio Ambiente de 60 países, incluindo Carlos Minc pelo Brasil, comprometeram-se em deter o desmatamento até 2020. Ainda que o cumprimento da meta tenda a se mostrar difícil na prática, a decisão é animadora, pois traz um alento para a humanidade, particularmente para a parcela que se preocupa com uma exploração racional do meio ambiente, capaz de gerar resultados favoráveis hoje para as comunidades sem comprometer o amanhã. Por isso, é importante que a decisão seja devidamente explicitada, permitindo um acompanhamento meticuloso ao longo dos próximos anos.
Como explicaram representantes da ONG Fundo Mundial da Natureza (WWW, na sigla em inglês) ao final do encontro na Alemanha, a iniciativa anunciada por representantes dos países presentes ao encontro tem o mérito de contribuir para a biodiversidade, além de deter a mudança climática e garantir o bem-estar da população. A biodiversidade, de fato, é uma questão-chave para a redução da pobreza, para o aprovisionamento de água potável e para o fim dos conflitos ligados à utilização e à apropriação de recursos renováveis, assim como para a saúde.
O Brasil, que tem parcela importante da Amazônia sob sua responsabilidade, precisa se empenhar para garantir o cumprimento da meta, buscando soluções que possam preservar essa riqueza de interesse mundial com o mínimo de conflito. Diante dos múltiplos interesses que envolve, essa é uma área na qual as ações efetivas valem mais do que os discursos.
Certamente, é difícil imaginar a possibilidade de desmatamento zero, defendida na Alemanha por líderes da área ambiental. O consenso de dirigentes mundiais em torno de um objetivo comum nesta área, porém, constitui uma largada importante, a partir da qual cada país precisará se esforçar claramente para transformar em realidade de agora em diante.
(ZH, 01/06/2008)