O mercado de comércio justo no mundo cresce 20% ao ano e hoje comercializa mais de 1,142 bilhão de euros. Já no Brasil, existem quase 15 mil empreendimentos sociais, centralizados 44% no Nordeste e 14% na região Norte.
Edson Marinho, gerente de negócios da Ética, empresa de comércio solidário afirma que 69% dos consumidores não compram esse tipo de produto por falta de disponibilidade.
O debate sobre os desafios e o crescimento do chamado "fare trade" reuniu diversos especialistas no painel - Mercado de Produtos Sustentáveis - que fechou a programação da Conferência Ethos, na última quarta-feira.
Dois dos principais especialistas no tema foram mediados por Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. O debate teve ainda a participação de Laura Valente Macedo, coordenadora da Campanha Cidades pela Proteção do Clima.
Ming Chao Liu, gerente do Projeto Organic Brasil, ressaltou os atributos que são associados aos produtos orgânicos. Saúde, qualidade, sabor, frescura e responsabilidade social são os mais citados. Ele lembra que a regulamentação deste mercado é muito recente, 2007, e que necessita de uma aplicação mais abrangente.
Todos foram unâmines quanto à necessidade da criação de um sistema de certificação dos produtos, o que permitiria uma maior rastreabilidade dos mesmos e o aumento da credibilidade perante o consumidor. Para Mattar, só mudanças tecnológicas não resolverão os problemas de insustentabilidade. Serão necessárias mudanças culturais e de consumo.
(Pauta Social, Celulose Online, 30/05/2008)