Acúmulo de gás gerou explosão e duas mortes. Laudo, porém, não aponta fator que originou a fagulha no subsoloA causa principal da explosão que causou a morte de dois operários na mina 3G-Plano 2, dia 5 de maio, na localidade de Guatá, em Lauro Müller, no Sul do Estado, foi um acúmulo normal de gás natural na galeria desativada onde as duas vítimas estavam.
A conclusão é do laudo formulado pelos peritos do Instituto de Criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP) da Capital. Nos próximos dias, o documento será entregue à delegacia de Polícia de Lauro Müller.
Entretanto, apesar de a perícia ter trabalhado por cerca de duas horas no local do acidente, nenhum material - fósforo ou isqueiro - que pudesse identificar o início da explosão foi localizado.
- A causa principal foi um acúmulo normal de gás natural encontrado na galeria desativada onde os corpos dos dois mineiros estavam. Esse gás pode ser composto entre 75% e 90% de gás metano - confirmou o gerente do Instituto de Criminalística, André de Farias.
Ele esclareceu, no entanto, que a explosão não foi ocasionada por falha mecânica ou uso indevido de equipamentos.
Hoje, um dos peritos de Criciúma deverá receber o laudo para assiná-lo e posteriormente entregar ao delegado de Lauro Müller, Ivaldo Gregório Inácio, responsável pelo caso. Até agora, 24 mineiros foram ouvidos no inquérito, mas poucos depoimentos foram esclarecedores.
- Até terça-feira, pretendo conversar com o último sobrevivente. Vou analisar o laudo pericial e provavelmente solicitar um prazo mais longo para concluir o inquérito - antecipou Inácio.
Idivaldo Betti, 28 anos, foi o único mineiro que esteve internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São José, de Criciúma. Ele sofreu traumatismo de face e, como conseqüência, perdeu a visão no olho direito. Betti está em casa, onde se restabelece e está à disposição do delegado.
(Por Ana Paula Cardoso,
Diário Catarinense/Lauro Müller, 30/05/2008)