Lançamento abre hoje o evento Viva a Mata, que vai até domingo no Ibirapuera
A ONG SOS Mata Atlântica lança hoje um selo para certificar as empresas que se comprometam a reduzir a sua emissão de carbono e a participar do programa Florestas do Futuro. O projeto prevê que as companhias plantem um número de árvores suficiente para neutralizar o gás liberado.
O lançamento marca o início do Viva a Mata, evento anual gratuito promovido pela ONG para apresentar e debater projetos relacionados à mata atlântica. O evento vai até domingo, no parque Ibirapuera.
Estudos da entidade revelam que, para cada tonelada de carbono emitido, é necessário plantar 3,2 árvores como forma de neutralização.
De acordo com Adauto Basílio, diretor de captação de recursos da SOS Mata Atlântica, o selo terá validade de um ano e só será concedido às empresas que forem participar do projeto por pelo menos três anos. "Queremos evitar que o selo seja usado como ação de marketing. É preciso que haja um compromisso sério", afirmou.
O selo será concedido pelo Instituto Totum, gestor de selos identificadores. Trata-se também de uma parceria com a Key Associados, empresa que contribuiu no desenvolvimento do selo e que realiza os chamados inventários de carbono.
"Fazer um inventário de carbono é identificar e quantificar as emissões e convertê-las em toneladas de carbono", explica o gerente de projetos de sustentabilidade da Key, Alexandre Lopez Hernandez.
O estudo considera todo o carbono produzido por uma empresa, tanto diretamente -no caso de indústrias que usem combustível- quanto indiretamente -quando um executivo viaja de avião.
Outra forma de emitir carbono é pelo consumo de energia. Tanto hidrelétricas quanto termoelétricas emitem carbono, o que também ocorre durante a transmissão dessa energia.
Para receber o selo, é preciso que a empresa candidata neutralize suas emissões diretas e as que são provenientes do gasto de energia e crie um plano de redução que englobe esses dois quesitos e também as suas emissões indiretas.
Quem quiser reduzir a quantidade de carbono que emite pode usar a calculadora do site da ONG, que está em fase de atualização.
(Por Mariana Barros, Folha de São Paulo, 30/05/2008)