Desde a manhã de quinta-feira (29), índios Guarani mantêm seis técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) como reféns em uma aldeia de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Por meio de nota, a Funasa afirmou que a coordenação estadual do órgão conseguiu fazer contato com um dos técnicos que informou que todos estavam bem, embora não pudessem deixar a aldeia.
A Funasa já pediu à Polícia Federal que garanta a integridade física dos servidores e diz não ter recebido qualquer reivindicação da comunidade indígena. A fundação garante que está tentando entrar em contado com o cacique da Aldeia Renascer.
Desde o começo da semana, índios de várias partes do país têm invadido prédios públicos e realizado protestos por diferentes motivos.
Na segunda-feira (26), índios invadiram a sede regional da Funasa em Cuiabá (MT). Eles protestavam contra a falta de repasses de verbas para a saúde indígena e contra a Portaria 2.656, publicada pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado. Apesar de o órgão ter obtido uma liminar de reintegração de posse na noite de ontem (28), o prédio continua ocupado.
Durante dois dias, índios Pataxó bloquearam o trânsito de veículos na rodovia estadual mineira MG-232, em um ponto próximo à cidade de Carmésia, no Vale do Rio Doce. A rodovia foi liberada na quarta-feira (28). A comunidade pede que a empresa mineradora MMX estude medidas de compensação aos índios pelo aumento do tráfego de caminhões na estrada que corta a aldeia. Os indígenas detiveram cinco veículos que, segundo eles, prestavam serviço à mineradora.
Na manhã de terça-feira (27), índios ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Dourados, município localizado a cerca de 200 quilômetros de Campo Grande (MS). Eles pediam a substituição da administradora regional do órgão, Margarida Nicoletti.
Na noite do mesmo dia, índios invadiram a sede da Funasa em Curitiba (PR). Eles liberaram todas as pessoas que se encontravam no interior do edifício, mas condicionaram a desocupação do prédio à atualização do valor repassado para a Associação de Defesa do Meio-Ambiente de Reimer, organização não-governamental que cuida do atendimento médico das reservas indígenas do Paraná. Eles também exigiam a reativação do contrato com uma empresa de transporte responsável por levar crianças e doentes para consultas fora das aldeias. O grupo só deixou o prédio após a Funasa garantir que a autorização para o repasse seria publicado no dia seguinte (29).
Na quarta-feira à noite, a sede da Funasa em Porto Velho (RO) também foi invadida. O motivo apresentado para justificar a invasão seria o mesmo das outras manifestações: exigir repasses atrasados para a saúde indígena. Segundo a assessoria do órgão, até o início da noite de quinta-feira, o prédio continuava ocupado.
(Agência Brasil,
Ambiente Brasil, 30/05/2008)