O Banco Mundial anunciou nesta quinta-feira que vai liberar ajuda financeira imediata para os países mais duramente atingidos pela alta mundial dos preços dos alimentos, dentro de um pacote de assistência no valor de US$ 1,2 bilhão (R$ 1,9 bilhão). Um total de US$ 200 milhões (R$ 327 milhões) será destinado para países considerados como de "alta prioridade", com maior risco de serem atingidos pela fome.
Entre esses países estão o Haiti e a Libéria, que deverão receber US$ 10 milhões (R$ 16,3 milhões) cada, e Djibuti, com US$ 5 milhões (R$ 8,2 milhões). Togo, Iêmen e Tadjiquistão também estão incluídos nesta relação de países mais vulneráveis. "Essas iniciativas vão ajudar a combater o risco imediato de fome e desnutrição entre as 2 bilhões de pessoas que lutam para sobreviver em meio ao aumento dos preços dos alimentos", disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
"Essa não é uma questão como a de HIV/Aids, que necessita de pesquisas. As pessoas sabem o que fazer", disse Zoellick. "Nós simplesmente precisamos assegurar que tenhamos os recursos e coordenar as operações ao redor do mundo." Os países poderão utilizar os recursos para comprar comida para escolas e outros serviços básicos, assim como para comprar produtos essenciais, como sementes e fertilizantes.
Segundo a correspondente da BBC em Washington Kim Ghattas, parte dos recursos poderá ser usada para emergências, como auxílio a mulheres grávidas ou crianças pequenas. O Banco Mundial também deverá liberar US$ 2 bilhões (R$ 3,2 bilhões) no próximo ano para o financiamento de projetos em agricultura, incluindo seguro de lavouras. A alta dos preços dos alimentos será tema de debates entre líderes mundiais nos próximos dias.
Um relatório das Nações Unidas afirma que os preços de produtos básicos, como trigo e carne, devem permanecer altos nos próximos anos. Nesta sexta-feira, representantes de 26 países da América Latina e do Caribe se reúnem em Caracas para discutir a crise mundial dos alimentos. De 3 a 5 de junho, uma conferência da FAO (a agência das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação) em Roma vai debater o problema.
(BBC, Ultimo Segundo, 30/05/2008)