O Diário Catarinense publica, no próximo domingo, o caderno especial A Agonia dos Rios CatarinensesO suplemento, em celebração ao Dia Mundial do Dia Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, faz uma alerta sobre a situação das bacias hidrográficas de Santa Catarina, comprometidas por esgotos domésticos, resíduos industriais e da extração carbonífera, dejetos da suinocultura e agrotóxicos lançados em lavouras.
O caderno é editado 10 anos após o DC publicar uma série de reportagens sobre o mesmo tema, quando foi denunciada a contaminação das águas dos rios do Estado. No intervalo de tempo, o que se constatou é um aumento expressivo da carga doméstica, hoje já considerada a maior vilã da qualidade das bacias de Santa Catarina.
O suplemento terá 24 páginas e será todo colorido. Equipes do interior e da Capital levantaram informações junto a moradores das cidades, comitês de gerenciamento, órgãos ambientais, universidades, prefeituras e governo estadual sobre a situação das bacias hidrográficas. A produção do material foi realizada ao longo de um mês, com a mobilização de 20 profissionais da Redação.
Suplemento destaca, também, investimentos e projetosA equipe apurou que, mesmo com a fiscalização cada vez mais rígida nas indústrias, minas e propriedades rurais por parte da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e órgãos como os ministérios públicos Estadual e Federal, a degradação dos rios se acentuou devido à falta de coleta e tratamento de esgoto.
Hoje, o Estado, apesar das reconhecidas belezas naturais e privilegiado nível de vida, ostenta a 18ª posição entre as 27 unidades da federação em quantidade de residências com rede coletora de esgoto instalada, conforme dados de 2006 de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por amostra de domicílios.
Santa Catarina está à frente apenas de estados das regiões Norte e Nordeste do país. Enquanto o Brasil tem média de 48,47% de rede coletora instalada, no Estado o índice não passa de 11,49%.
- Enquanto não houver um sistema efetivo de tratamento de efluentes e de esgoto, a qualidade das águas só vai piorar, pois a população, o consumo e, conseqüentemente, os dejetos estão sempre crescendo - alerta o engenheiro sanitarista William Gerson Matias, professor de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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Diário Catarinense, 29/05/2008)