O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou na quarta-feira (28) que proporá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ampliação dos poderes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na fiscalização de crimes ambientais. Segundo o ministro, a idéia é dar ao Ibama poderes semelhantes aos da Receita Federal. "Uma das possibilidades é a de dar ao Ibama poder para leiloar imediatamente os bens apreendidos de criminosos ambientais", disse o ministro.
Em relação à declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que disse esperar da gestão de Minc mais rapidez na concessão de licenças ambientais para obras, o novo ministro informou que terá uma longa conversa com o colega. "Primeiro, para dizer que não sou ''Chapeuzinho Vermelho''. Mas direi que teremos uma ótima relação, pois acho que as hidrelétricas fazem a diferença. A nossa matriz (energética) é uma das mais limpas, porque as hidrelétricas geram pouca emissão de CO²."
Minc acrescentou que pretende usar os recursos das compensações ambientais pagas pelas usinas para preservar os recursos hídricos, reflorestando as nascentes e os mananciais e criando dezenas de parques fluviais. O ministro acrescentou que pedirá a Lobão apoio na tentativa de tornar nacional um decreto que já está em vigor no Rio de Janeiro, que determina que produtores de combustíveis fósseis terão de produzir um certo porcentual de energia renovável. Ao final da entrevista, o ministro evitou responder a perguntas sobre as mudanças no projeto da usina de Jirau feitas pelo consórcio liderado pela Suez Energy. Disse apenas que está tomando posse hoje e analisando todas as pendências.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 29/05/2008)