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hidrelétrica de jirau
2008-05-29

A Odebrecht espera terminar na semana que vem a análise sobre o projeto apresentado pelo consórcio Energia Sustentável para vencer a licitação para construção da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. Com base nesta análise, a construtora decidirá se vai entrar com ações judiciais para tentar reverter a vitória do grupo formado por Suez Energy, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf.

O presidente do Conselho de Administração da Odebrecht, Emílio Odebrecht, evitou antecipar qualquer decisão, mas frisou que, pelas indicações existentes até o momento, há "indícios" de que as regras podem ter sido quebradas. Para vencer o leilão, o Energia Sustentável alterou o projeto inicial, mudando inclusive localização da usina.

"Diante do que nós já temos, temos consciência que houve uma alteração da regra do edital. Mas como é algo de muita responsabilidade, eu prefiro ter todos os dados na mão para que a gente possa se posicionar", afirmou Odebrecht, que participou hoje da 20ª edição do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.

O executivo não quis entrar em detalhes sobre o risco de a mudança de nove quilômetros na localização da usina afetar a produção de energia de Santo Antônio, usina hidrelétrica também no rio Madeira e cuja licitação foi vencida pelo consórcio Madeira Energia, integrado por Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de participações formado por Banif e Santander.

"O compromisso que tenho é gerar energia de Santo Antônio seis meses antes. Se qualquer coisa atrapalhar isso, nós vamos às últimas conseqüências", frisou, revelando que o objetivo da companhia é iniciar as obras de Santo Antônio em agosto deste ano e começar a gerar energia no local no primeiro semestre de 2012. O projeto inicial previa o início da geração no segundo semestre de 2012.

O executivo lembrou ainda que o edital da licitação de Jirau foi baseado em um estudo de seis anos feito por Odebrecht e Furnas sobre as possibilidades de geração de energia no rio Madeira.

"A solução que foi colocada em leilão é uma solução decorrente de um estudo de mais de seis anos, concluindo que os melhores locais para se fazer Santo Antônio, Jirau e outras (usinas), que estão definidas dos pontos de vista econômico e ambiental. Isso foi aprovado pelos órgãos competentes", ponderou.

Odebrecht disse ainda que espera manter a parceria com Furnas para futuros leilões de usinas, inclusive Belo Monte.

(Por Rafael Rosas, Valor Online, 28/05/2008)


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