O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, disse que vai avaliar a possibilidade de a Casa fazer um convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para receber dados sobre o meio ambiente que possam subsidiar os deputados na elaboração de projetos. Ele deu essa informação durante café da manhã promovido nesta quarta-feira (28/05) pela Frente Parlamentar Ambientalista.
Chinaglia fez uma analogia com a medicina para explicar como as informações do Inpe seriam aproveitadas pelos parlamentares. Segundo ele, o instituto poderia preparar uma "radiografia" da Mata Atlântica que permitiria, aos deputados, dar um tratamento adequado ao bioma no processo legislativo.
Números
Os dados sobre o assunto já começam a chegar à Câmara. A Mata Atlântica está reduzida a 7,26% da sua composição original, segundo revela um estudo que a Fundação SOS Mata Atlântica e o Inpe apresentaram durante o café da manhã.
Segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais, o bioma ainda está presente em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí. Apenas o Piauí ficou de fora do estudo.
O presidente da SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, disse que a Câmara pode criar mecanismos para conscientizar a população sobre a importância do meio ambiente. "Ninguém explicou para as pessoas quanto vale uma floresta em pé, quanto vale a água que nasce num lugar que não deveria estar poluído", ressaltou. "Então, de repente aquele agricultor lá na Amazônia vai verificar que manter um lote em pé traz mais dinheiro do que derrubá-lo e fazer carvão uma vez só na vida", acrescentou.
O coordenador da frente parlamentar, deputado Sarney Filho (PV-MA), concordou com Klabin e disse que lutará no Congresso para criar instrumentos de valorização do meio ambiente.
(Por João Pitella Junior, Agência Câmara, 29/05/2008)