A quantidade de incêndios em vegetação mais que dobrou nos últimos três anos no Paraná. Em 2005 foram registradas cerca de 5 mil queimadas e em 2007 o número chegou a 12 mil. De acordo com o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, chefe da seção operacional da Defesa Civil, os incêndios ocorrem nas áreas mais populosas, o que demonstra que não são responsabilidade apenas de fazendeiros e trabalhadores rurais.
“As pessoas devem saber que, além de crime, o fogo destrói casas, vegetação e fauna que não se recuperam mais. Atear fogo é um ato contra si mesmo, já que, no futuro, teremos que conviver com o desequilíbrio ambiental”, explicou Pinheiro. O tenente atribui parte do crescimento do registro de incêndios ao aumento do número de bombeiros comunitários que tem combatido os focos. Em 2003 só 48 municípios tinham postos do Corpo de Bombeiros. Atualmente 98 cidades são atendidas.
A Defesa Civil vai aumentar o trabalho de prevenção dos incêndios no estado com uma campanha educativa. O projeto foi apresentado na terça-feira (27), no Palácio das Araucárias, durante reunião de três conselhos da Defesa Civil: o Conselho Consultivo de Produtos Perigosos, Conselho de Saúde e o Conselho Mata Viva. Alunos de escolas estaduais serão orientados sobre os danos das queimadas e placas de alerta serão colocadas nas principais rodovias e nos parques do Estado.
Sem chuvas há três semanas, o risco de incêndios é alto em Curitiba e região metropolitana. A queda de balões, muito comum nesta época do ano, é outro fator preocupante. Só na quinta-feira (22), feriado de Corpus Christi, quatro balões foram vistos cruzando os céus da capital.
Os meses de maio a julho são os preferidos pelos baloeiros, pois o ar atmosférico mais frio ajuda o balão a subir. Além dos incêndios, a “brincadeira” pode provocar danos nas redes de energia elétrica e transtornos para a aviação quando atinge o espaço aéreo dos aeroportos. Pinheiro lembra que o baloeiro coloca a própria vida em risco durante a fabricação e soltura. “Muitos balões vão recheados de fogos de artifício, que podem provocar sérios acidentes com quem os manipula”, explica.
Colocar fogo intencionalmente na vegetação é crime ambiental, com pena que varia de multa até 3 anos de detenção. As pessoas que presenciem incêndios devem comunicar a Força Verde no telefone 0800-6430304, ou ainda ao Corpo de Bombeiros no número 193 ou 190.
(Gladson Angeli,
Gazeta do Povo, 28/05/2008)