Os cinco países que fazem limite com o oceano Ártico reafirmaram na quarta-feira (28) a vontade de cooperarar para proteger o meio ambiente da região, ao término de uma cúpula ministerial celebrada em Ilulissat, Groenlândia. O encontro foi realizado dentro de um espírito de conciliação para tentar resolver divergências territoriais sobre a região que possuiria grandes reservas energéticas, segundo um comunicado.
Voltava-se para diminuir a tensão provocada nos últimos anos entre esses vizinhos, ansiosos por estender sua soberania sobre as águas árticas que abrigariam um quarto das reservas de hidrocarbonetos do planeta, segundo estimativas do instituto americano Geological Survey. Participaram representantes de Dinamarca, Noruega, Rússia, Estados Unidos e Canadá.
A corrida pelas riquezas potenciais do Ártico se acelera com o derretimento do gelo, que abre novas vias marítimas e facilita a exploração de petróleo. Canadá e Dinamarca disputam a soberania sobre a ilha Hans; canadenses e americanos divergem sobre a Passagem Noroeste, que une o Atlântico ao Pacífico. No verão boreal passado, exploradores russos fincaram uma bandeira no fundo do oceano, a mais de 4.000 metros de profundidade, ao final de uma expedição que deixou em evidência as pretensões territoriais de Moscou no Ártico.
O direito internacional prevê uma zona de soberania de 200 milhas náuticas em torno do litoral dos países que se limitam com o Ártico; mas ainda resta um território de 1,2 milhão de quilômetros quadrados sujeito à cobiça, porque supostamente contém em seu subsolo um quarto das reservas de petróleo e de gás ainda inexploradas no mundo, segundo o instituto americano US Geological Survey. O Canadá esteve representado por seu ministro de Recursos Naturais, Gary Lunn, e Rússia, Noruega e Dinamarca por seus ministros de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, Jonas Gahr Stoere e Per Stig Moeller.
(Yahoo!, Ambiente Brasil, 29/05/2008)