Observadores de aves e conservacionistas, docentes e estudantes, celebraram durante os dias 10 e 11 de maio o Dia Mundial das Aves Migratórias, informa um comunicado de imprensa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
O objetivo dessas atividades – que se estenderam por vários países - , procurou atrair a atenção sobre a crescente ameaça para as aves migratórias e a biodiversidade global. Uma vez que as aves conectam e utilizam praticamente todos os ecossistemas do planeta, são consideradas como indicadores-chave da situação e das tendências da biodiversidade em geral.
Neste sentido, os recentes informes indicam que o número de espécies de aves migratórias está diminuindo globalmente, refletindo, por sua vez, um problema ambiental maior, relacionado com a perda de habitats e biodiversidade em todo o mundo.
As aves migratórias que recorrem grandes distâncias são muito vulneráveis às mudanças ambientais. Para completar suas migrações anuais, precisam de áreas de procriação e invernada, além de uma rede de lugares de parada ao longo de suas rotas migratórias, onde possam descansar e reabastecer-se antes de continuar a viagem.
Sem dúvida, esses espaços naturais, que também albergam outras espécies de plantas e animais ameaçadas, estão desaparecendo em todo o globo devido à agricultura não planificada e massiva, o desenvolvimento industrial, urbano e turístico descontrolado e também aos efeitos da mudança climática.
Para se ter uma idéia da magnitude do problema, o comunicado de imprensa assegura que o decréscimo na população destas espécies, atualmente, está sendo registrado em muitas das espécies de aves migratórias nas maiores rotas conhecidas.
Constatou-se que 41% das 522 populações de aves aquáticas migratórias nas trajetórias africano-euroasiáticas estão diminuindo. Um estudo desenvolvido na Austrália mostra que as populações de 36 espécies de aves praieiras migratórias que viajam ao largo da rota Ásia Oriental-Australásia tem decaído até 75% nos últimos 25 anos.
Ao mesmo tempo, aves boreais no hemisfério ocidental, como a Reinita do Canadá, que migra desde o extremo norte do Canadá até a América do Sul, está diminuindo devido à perda de seus territórios de bosques para a reprodução.
Por essa razão, a mensagem do Dia Mundial das Aves Migratórias deste ano apela aos dirigentes do mundo e tomadores de decisões para que realizem todos os esforços possíveis a fim de deter a perda de biodiversidade e aumentar as estratégias nacionais e internacionais para proteger os ecossistemas.
Bert Lenten, secretário executivo do Acordo sobre a Conservação de Aves Aquáticas Migratórias da África e Eurásia (AEWA) observa: “Muitas espécies mostram um decréscimo contínuo causado, por exemplo, pela transformação de pradarias de alta riqueza biológica em monocultivos. Necessitamos fazer mais para proteger seus habitats e fazê-lo tanto pelo bem das aves migratórias como pelo da biodiversidade em geral”.
(Agência de Notícias Científicas e Tecnológicas Argentinas, tradução de Ulisses, EcoAgência, 28/05/2008)