Activistas da organização ecologista Greenpeace protestaram hoje, no Pacífico Sul, contra o maior navio de pesca ao atum do mundo, o espanhol “Albatun Tres”, denunciando a sobre-exploração e esgotamento das reservas de peixe. O navio da Greenpeace “Esperanza”, que vinha a seguir o navio pesqueiro há cinco dias, lançou para dentro das redes do “Albatun Tres” uma faixa flutuante de 25 metros onde se lia: “Sem peixes, sem futuro”. Segundo o “El Mundo” online, o protesto ocorreu quando o navio pescava ao largo das ilhas Phoenix, de Kiribati.
A ideia da Greenpeace era danificar as redes de pesca e evitar a sua reutilização, mas a manobra falhou. Segundo a organização, o “Albatun Tres”, propriedade da empresa espanhola Albacora, pode capturar mais de três mil toneladas de atum em apenas uma viagem, o que representa quase o dobro da pesca anual total de alguns países insulares do Pacífico.
“Não se pode deixar que barcos deste tamanho esvaziem as reservas de atum; devem ser retirados das águas e desmantelados imediatamente”, afirmou Sari Tolvanen, da Greenpeace Internacional. A Greenpeace salienta que décadas de sobre-exploração reduziram algumas reservas de atum no Pacífico a 15 por cento do que eram. Na semana passada, os países do Pacífico Sul decidiram proibir que os barcos pesquem atum nas águas internacionais entre as suas ilhas e obrigá-los a levar a bordo observadores. Estas medidas entrarão em vigor a 15 de Junho.
A Greenpeace defende a criação de uma rede de reservas marinhas que abranja 40 por cento dos oceanos. O navio “Esperanza” está na região há oito semanas para chamar a atenção para a sobre-exploração do atum. “Durante esse tempo, os activistas realizaram acção directa não violenta contra as frotas pesqueiras de Taiwan, Coreia, Estados Unidos, Filipinas e agora Espanha”, segundo um comunicado da Greenpeace.
(Ecosfera, 27/05/2008)