O setor energético anda em polvorosa com a mudança no projeto de construção da usina hidrelétrica Jirau, no rio Madeira. Como revelou o jornal Valor Econômico nesta segunda, a Odebrechet, empresa que ganhou o leilão de construção da primeira usina do complexo - Santo Antônio - não está nem um pouco feliz com a proposta da empresa francesa Suez de mudar em 9,2 km a localização de Jirau, que está a montante. A dúvida que não quer calar é sobre a necessidade da emissão de uma nova licença prévia pelo Ibama.
Em conversa com O Eco, o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, afirmou que até o momento a Suez não apresentou oficialmente o novo projeto. O que ele revelou, no entanto, é que dados apresentados pela multinacional durante o leilão de Jirau demonstram que a área alagada poderá ser maior, mas os impactos de remoção de terra e supressão de vegetação seriam menores. Outro detalhe mais: os empreendedores do consórcio liderado pela Suez esperam obter uma nova licença prévia até julho.
O novo presidente do Ibama, Roberto Messias, que até então coordenava a área de licenciamento do órgão, diz que ainda não recebeu qualquer comunicado ou pedido por parte dos empreendedores de Jirau. Ele concorda que a licença vai precisar ser revisada. “As licenças dizem respeito a um projeto com localização especifica, estas são as regras do jogo”, afirma.
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O Eco, 27/05/2008)