O ministro interino do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, nega que o adiamento da divulgação dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento na Amazônia Legal no mês de abril se deva a pressões políticas. Segundo ele, o governo federal apenas quer que os números sejam anunciados pelo novo ministro, Carlos Minc, que tomou posse ontem (27).
"Os dados sempre foram disponibilizados. O que ocorreu agora foi uma transição. O ministro Carlos Minc assume a partir de hoje e era natural que o Inpe, assim como fez com a ministra Marina Silva e os ministros anteriores, dê oportunidade ao ministro de participar do anúncio dos dados, interpretando corretamente e informando à sociedade", justificou
Capobianco, antes da cerimônia de posse de Carlos Minc, no Palácio do Planalto.
A expectativa era de que os dados fossem divulgados ontem (26). Apesar do atraso, Capobianco confirma que as estatísticas apontam para um preocupante crescimento do desmatamento. "Tanto é preocupante que já em dezembro o Presidente da República assinou quatro decretos, sendo um deles extremamente rigoroso, condicionando o crédito agrícola e pecuário na Amazônia, obrigando a checagem da adimplência ambiental", lembrou. "Que os números são preocupantes já foi informado há um bom tempo e os dados recentes só confirmam essa preocupação", reiterou.
Capobianco disse ser normal a preocupação internacional com o aumento do desmatamento, mas reafirmou a soberania brasileira sobre a Amazônia. "Não há dúvidas de que o Brasil é o responsável pela região. Temos que ver as preocupações como um sentimento internacional de cooperação", afirmou, frisando que tal cooperação interessa ao Brasil.
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Agência Brasil, 27/05/2008)