Workshop em Porto Alegre, nesta quarta-feira (28), vai reunir informações para o documento que servirá de base ao planejamento do setor energético do Estado
O Grupo CEEE promove nesta quarta-feira (28), durante todo dia, um workshop com o objetivo de preparar o novo Balanço Energético Gaúcho (BEG). O evento, que reúne diretoria e técnicos do Grupo CEEE, Secretarias de Estado, empresas de energia e entidades ligadas ao setor energético nacional e regional, ocorre das 8h30 às 17h30, no auditório do Centro Administrativo da empresa em Porto Alegre, localizado na avenida Joaquim Porto Villanova, 201 - Bairro Jardim Carvalho.
A proposta do trabalho é aproveitar os dados já existentes, e que proporcionaram a construção dos balanços energéticos do Rio Grande do Sul de anos anteriores, aliar informações, e elaborar uma nova edição do documento para embasar estudos e planejamento do setor energético no Estado.
Na opinião do presidente do Grupo CEEE, José Francisco Pereira Braga, o BEG deverá contemplar informações indispensáveis para diversos estudos, tais como planejamento sócio-econômico e energético, eficiência energética, uso racional da energia, desenvolvimento sustentável, gestão tecnológica, entre outros.
Braga diz que o balanço irá tornar-se o documento tradicional do setor energético gaúcho que divulgará, anualmente, extensa pesquisa e a contabilidade relativas à oferta e consumo de energia no RS, contemplando as atividades de exploração e produção de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a importação e exportação, a distribuição e o uso final da energia.
Participação de especialistas
Na abertura do encontro, representantes da Secretaria de Infra-estrutura e Logística do Estado e da Diretoria de Planejamento e Projetos Especiais do Grupo CEEE farão uma exposição do panorama existente na área energética do Rio Grande Sul. Na seqüência, haverá palestra do coordenador-geral do Balanço Energético Nacional, do Ministério de Minas e Energia, João Antônio Moreira Patusco; do diretor de Estudos Econômicos Energéticos, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Amílcar Guerreiro, e do superintendente de Planejamento e Pesquisa, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Florival Rodrigues de Carvalho. Técnicos das concessionárias de energia Copel, Cemig e da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo, também irão relatar conhecimentos acumulados na elaboração de balanços energéticos estaduais.
Para o presidente do Grupo CEEE, este evento é importante e necessário, uma vez que o grande desafio deste século é descobrir quais as fontes de energia que irão mover a humanidade no futuro. Segundo Braga, "com a aproximação do fim da era do petróleo e do gás, em função do esgotamento das reservas mundiais, países mais desenvolvidos estão investindo vultosos recursos em pesquisa de fontes alternativas de energia".
Ele acrescenta que, embora haja o reconhecimento do imenso potencial dos Países da América Latina nas chamadas energias renováveis, pouco tem sido feito no sentido de inseri-las na matriz energética dos países. "As iniciativas de políticas dos governos neste setor são ainda muito tímidas e inexistem no âmbito de uma política de integração energética regional", opina.
Matriz energética
Conforme pesquisas do setor energético, a matriz energética brasileira é reconhecidamente uma das mais limpas do mundo, 44% da oferta interna de energia provêm de fontes renováveis, enquanto no mundo esse índice é de 14%. No caso brasileiro, é fundamental o estabelecimento de plano nacional de conservação de energia para aumentar a eficiência energética e economizar cerca de 5% de energia elétrica ao ano. Para se ter uma idéia, esses 5% representariam, até 2030, energia correspondente à gerada por uma Itaipu.
O presidente da CEEE alerta que a participação das chamadas novas fontes de energia renovável - eólica, solar, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), entre outras, ainda é bem modesta no Brasil. Braga diz que num curto prazo as mais viáveis seriam as PCHs, as usinas térmicas a base de bagaço de cana e a eólica. - "Dessas três, duas são já competitivas: a térmica a bagaço de cana e as PCHs. Essas fontes terão um papel muito importante no suprimento de energia do País nos próximos anos. Elas têm se inscrito para participar dos leilões com perspectiva muita boa. A eólica ainda é uma fonte mais cara do que as demais".
A metodologia do Balanço Energético Gaúcho baseia-se, principalmente, na versão editada pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, e em trabalhos semelhantes de outras unidades da Federação. "A disponibilização do Balanço Energético Gaúcho (BEG) vai manter a sociedade gaúcha informada sobre a evolução da oferta e da demanda de cada um dos energéticos utilizados nos seus diferentes setores e contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Estado", finaliza Pereira Braga.
(Governo do Estado, 27/05/2008)