(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
etanol biocombustíveis cerrado
2008-05-28

Um monitoramento severo das áreas de expansão de cana-de-açucar, bem como uma nova rede de unidades de conservação nas regiões dos canaviais, são algumas das recomendações incluídas em relatório inédito do WWF-Brasil sobre o avanço do setor sucro-alcooleiro.

O estudo, patrocinado pelo governo da Holanda, mostra um quadro relativamente positivo quanto à producão do etanol no país. Por exemplo, aceita basicamente os argumentos do governo e dos usineiros usados contra os críticos estrangeiros: que o carburante de cana não ameaça a produção de alimentos, que é o mais eficiente biocombustível no mundo em termos de balanço energético, e que não apresenta ameaças diretas à floresta amazônica.

Porém, o relatório aponta riscos de perda de biodiversidade e ameaças aos recursos hídricos na expansão da área plantada de cana no Cerrado e no plantio cada vez mais concentrado no estado de São Paulo.

“De forma genérica, pode-se concluir que o impacto da expansão da cana em escala nacional é relativamente baixo, haja vista que a cana-de açucar é uma cultura que ocupa pouca área quando comparada com outras ativitidades primárias (pecuária e soja),” diz o WWF no relatório. “No entanto, se analisarmos o impacto da expansão da cana numa escala regional, concluiremos que este é significativo.”

Como exemplo, o estudo cita os casos da bacia do Rio Grande, afluente do Paraná, onde 33% já são ocupados exclusivamente pela cana, e da “meso-região” de Ribeirão Preto, onde praticamente 45% são tomados pela lavoura. Nestas áreas de grande e crescente concentração da cana, faz-se necessário um planejamento estratégico da paisagem de forma a minimizar os efeitos sobre a biodiversidade e recursos hídricos, de acordo com WWF. Isso significaria a criação de novas unidades de conservação, bem como o planejamento de corredores ecológicos e conexão de fragmentos a partir da utilização das áreas de reserva legal.

Quanto à expansão nas áreas do Cerrado, o relatório cita um estudo do ano passado do Instituto Sociedade, População e Natureza, sugerindo que a cana vem ocupando áreas prioritárias para conservação e uso sustentável do Cerrado (ver mapa ), nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

“Um monitoramento severo com relação às novas áreas de expansão da cana é absolutamente necessário para evitar impactos ambientais negativos sobre esse bioma bem como a recomposição de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal nas áreas já ocupadas pela cana nos casos em que o código florestal não está sendo obedecido,” diz o relatório de WWF.

Cana na Amazônia

O estudo também aborda a questão de possiveis ameaças indiretas a ecossistemas inclusive a Amazônia, por meio da deslocação de atividades como criação de gado e plantio de grãos, das áreas de grande expansão do setor sucro-alcooleiro no Centro-Sul. Mas sobre esta questão, o WWF não oferece conclusões definitivas.

“Mais estudos associados a metodologias adequadas para medir esse efeito indireto devem ser desenvolvidos,” recomenda.

No lançamento do relatório num debate sobre biocombustiveis na Universidade de São Paulo (USP) na segunda-feira, o autor principal, o coordenador de agricultura e meio ambiente do WWF-Brasil, Luiz Fernando Laranja da Fonseca, ressaltou que não apresentou a posição oficial da ONG sobre o etanol.

Na verdade, a perspectiva geral do relatório, de que o etanol é uma grande oportunidade de produzir energia limpa, cujos riscos são relativamente baixos, representa um contraste enorme com o atitude geral de grupos ambientais, especialmente na Europa. Lá, o antigo sonho de biocombustiveis está sendo visto cada vez mais como pesadelo de destruição ambiental e semeador da fome.

O argumento deste relatório é de que, aqui, as coisas são diferentes. Mesmo assim, implica mudanças significativas no planejamento da expansão do setor para evitar problemas no futuro.

(Por Tim Hirsch*, O Eco, 27/05/2008)

*Tim Hirsch foi correspondente da meio ambiente da BBC e atualmente é jornalista em São Paulo.

 


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -