Finalmente chegam boas notícias para os stocks de atum e foram dados os primeiros passos para proteger áreas do pacífico para as gerações futuras! Oito países das ilhas do pacífico, entraram em acção para combater a sobrepesca na região. Há já vários anos que frotas de pesca de países distantes fazem pilhagens ao atum do Oceano Pacífico, passando por cima dos interesses legítimos dos países desta zona do Oceano Pacífico. E
m Dezembro do ano passado o Japão, Taiwan, Coreia e China Continental bloquearam a implementação de medidas de protecção na reunião da Western and Central Pacific Fisheries Comission (WCPFC). Nos últimos dois meses, a Greenpeace constatou que as frotas destes países continuam a dizimar os stocks de atum da região ameaçando o futuro das suas populações.
Novas regras
Com o novo acordo, os navios de pesca estrangeiros que estavam autorizados a pescar nas águas destes oito países das Ilhas do Pacífico ficarão proibidos de pescar em duas regiões do “Pacific Commons” adjacentes a estes países. Esta mudança constitui um passo gigante para que estas áreas se tornem reservas marinhas e assim protejam o atum do Oceano Pacífico. A criação estas reservas é um dos objectivos pelos quais a Greenpeace se tem batido desde 2005.
Os oito países (signatários do acordo de Nauru) são os Estados Federados da Micronésia, Quiribati, Ilhas Marshall, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão e Tuvalu. A maioria dos atocks de atum do Oceano Pacífico, avaliados em 3 mil milhões de dólares por ano, são provenientes das águas destes países.
Acabar com o desperdício de peixe de baixo valor
Como os navios de pesca estrangeiros passarão a ter que armazenar todo o peixe que pescarem, o tempo que os navios permanecem na área e a quantidade de atum pescada diminuirá. Actualmente, os navios atiram ao mar todas as capturas que não sejam atum, conseguindo assim regressar a porto com uma carga muito mais valiosa. Será ainda obrigatória a presença constante de observadores a bordo dos navios de pesca. A utilização de FAD's (dispositivos utilizados para atrair juvenis de atum patudo e de atum amarelo) será proibida nas águas destes países durante trê meses do ano, de forma a desencorajar a captura massiva destas espécies migratórias. Estas novas regras entrarão em vigor a 15 de Junho de 2008.
O navio “Esperanza”, da Greenpeace, tem permanecido nestas águas nas últimas sete semanas para chamar a atenção para este problema. Durante este período, a Greenpeace realizou acções contra frotas de pesca de Taiwan, Coreia EUA e Filipinas. A Greenpeace está a apelar para que estas áreas sejam consideradas reservas marinhas e, caso haja vontade política, que possam ser uma realidade antes do final deste ano. A Greenpeace está a trabalhar para que sejam tomadas medidas de protecção semelhantes relativamente a outros stocks de atum. Outro dos navios da Greenpeace, o “Artic Sunrise”, está a fazer um tour de três meses no mar Mediterrâneo para averiguar a situação da pesca do atum nesta região. As reservas marinhas são, mais uma vez, a melhor solução a longo prazo para o problema.
Primeiros passos oceanos saudáveis e um planeta saudável
Preservar os oceanos e a vida marinha desta área do Pacific Commons é apenas o primeiro passo para atingir o objectivo de campanha da Greenpeace: proteger 40% dos oceanos através da criação de uma rede de reservas marinhas. Só teremos peixe no futuro se criarmos reservas marinhas hoje!
(Greenpeace, 27/05/2008)