Ministros das Relações Exteriores dos cinco países banhados pelas águas do Ártico estão reunidos na Groenlândia para discutir reivindicações de posse da região. A Dinamarca, que administra a Groenlândia e é anfitriã do encontro, quer que os Estados Unidos, Noruega, Rússia e Canadá respeitem as regras estipuladas pelas Nações Unidas no que se refere à ocupação de territórios do Ártico.
De acordo com a Convenção da ONU sobre Direito do Mar, assinada em 1982, os cinco países poderão estender suas soberanias para além do limite de 200 milhas náuticas (370 km), se for comprovado que o fundo do mar é uma extensão de sua placa continental. No centro da disputa estão imensas reservas de gás natural, petróleo e outros minerais que se encontram no fundo do oceano.
Regras do jogo
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Per Sitg Moeller, disse à BBC que uma decisão final sobre os direitos de exploração do Ártico não é esperada nos próximos dez anos, mas que algum acordo deve ser fechado agora. "Nós temos as nossas reivindicações e os outros têm as deles. Então o que espero dessa conferência é que concordemos sobre as regras do jogo", disse o ministro.
"Que nenhum país faça algo para prejudicar o outro até que a Organização das Nações Unidas decida quem tem direito à qual área do Pólo Norte." O Canadá discorda da Dinamarca sobre os direitos de exploração de minerais e disputa com os Estados Unidos o eventual domínio da Passagem Noroeste, uma via extremamente lucrativa que ligaria os oceanos Atlântico e Pacífico.
No ano passado, uma expedição russa fincou, no fundo do Ártico, uma bandeira da Rússia. O objetivo da missão foi buscar indícios geológicos que sustentassem a reivindicação russa sobre uma vasta área do Ártico. Cientistas acreditam que o aumento das temperaturas deixe várias áreas do Pólo Norte livres de gelo durante o verão. Isto poderia possibilitar a perfuração no local e a abertura da Passagem Noroeste.
(BBC, 27/05/2008)