Os números do desmatamento na Amazônia Legal registrados no mês de abril pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) não serão divulgados até que o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assuma oficialmente o ministério, o que ocorrerá hoje (27). A previsão era que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentasse esses dados ontem.
Na última quarta-feira (21), Minc antecipou números do Inpe e afirmou que os dados indicam um avanço significativo da derrubada de florestas na região, principalmente no Mato Grosso, que seria responsável por 60% do desmatamento, em abril.
De acordo com a assessoria do Inpe, após a posse de Minc, representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual o Inpe é vinculado, vão discutir com técnicos do MMA se mantêm ou modificam a estratégia de divulgação dos dados do Deter. O objetivo do adiamento da apresentação dos números é evitar que a divulgação de dados científicos seja influenciada pelo momento político, em referência à posse do novo ministro Meio Ambiente.
Atualmente, o Inpe coloca à disposição os números ao acesso público na internet, cerca de quinze dias após o fechamento dos dados e depois de análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Deter fornece dados sobre a cobertura vegetal da região, para alertar as autoridades e orientar a fiscalização. A consolidação dos dados de desmatamento é feita por outra metodologia, o Programa de Cáulculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento e é divulgado no segundo semestre de cada ano.
(Por Luana Lourenço,
Agência Brasil, 26/05/2008)