O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) lamentou a pouca repercussão da reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (26/05), citando relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) segundo o qual o empresário sueco-britânico Johan Eliasch realizou, entre 2006 e 2007, reuniões com empresários e propôs que comprassem terras na Amazônia, chegando a afirmar que seriam necessários apenas US$ 50 bilhões para adquirir toda a floresta. Para Heráclito, faltaram uma resposta dura "e acima de tudo providências" por parte do governo.
- O pouco-caso das autoridades agride o bom senso - afirmou o parlamentar.
Heráclito espera que os integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que preside, aprovem requerimento para realização de audiência pública sobre o assunto, convidando representantes da Abin, do Ministério da Justiça, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e outras autoridades.
A reportagem diz ainda que a Polícia Federal e a Abin investigam suposta compra de 160 mil hectares de terra no Amazonas e no Mato Grosso por Eliasch, citado como conselheiro do primeiro-ministro britânico Gordon Brown para questões de desmatamento e energia limpa. O senador afirmou que o nome do sueco não consta como proprietário de terras no Incra e lamentou que um cidadão brasileiro não tenha tanta facilidade para comprar terras na Amazônia.
Heráclito Fortes disse não ter como censurar Eliasch, já que ele não sabe os motivos que levam o empresário - dono da marca Head, de produtos esportivos - a comprar terras na Amazônia.
- Temos, isso sim, de combater a legislação frouxa e a falta de fiscalização - afirmou Heráclito, para quem o governo já deveria estar verificando a intenção dele em investir na floresta brasileira.
Heráclito criticou ainda o que chamou de sabotagem à primeira comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou as organizações não-governamentais (ONGs) no país e também quem tenta impedir as apurações da atual CPI sobre o assunto, por ele solicitada.
(Por José Paulo Tupynambá, Agência Senado, 26/05/2008)