Terreno está localizado entre as ruas Viena e Bruxelas, no bairro Niterói
 
Canoas - A entrada de um terreno localizado entre as ruas Viena e Bruxelas, no bairro Niterói, avisa que o local é uma Área de Preservação Ambiental. Segundo definição da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, uma Área de Preservação Ambiental (APA) conta entre seus objetivos preservar belezas cênicas e atributos culturais relevantes, criar condições para o turismo ecológico e fomentar o uso sustentado do ambiente. Mas o que se vê ali não tem nada a ver com belezas - nem atrairia os adeptos ao chamado turismo ecológico: é simplesmente um amontoado de lixo.

Pneus são depositados pela administração municipal para posterior transporte a Nova Santa Rita, onde são picados e enviados a uma empresa de cimento no interior do Estado. Contudo, há ainda garrafas PET, pedaços de carpete, copos e embalagens plásticas vazias (de produtos de limpeza e de higiene), pedaços de isopor, cacos de privadas, latas de tinta vazias, tijolos, arames, um fogão velho, um triciclo, chinelos, sapatos, meias, um carrinho de controle remoto quebrado, uma bola furada, um manequim, uma garrafa térmica e até uma bacia, presa a uma cerca de madeira, cheia d’água e de larvas.

Rotatividade
O chefe do Serviço de Controle Ambiental da Secretaria Municipal de Preservação Ambiental, engenheiro André Luiz Arnhold, explica que o terreno de 100 hectares, propriedade do Município, é considerado uma “área verde”, apesar da placa indicar outra nomenclatura. Para lá deve expandir-se o Distrito Industrial e ser feito, também, um parque. Mas mesmo se ficar de fora das atribuições de uma APA, segue a questão da água parada em tempos de luta contra a dengue. Segundo Arnhold, há um projeto de construção de uma estrutura coberta para o depósito temporário dos pneus, mas que por enquanto eles são levados até a área, assim como entulho que não cria o chamado chorume. Isso porque, segundo ele, o aterro sanitário já está se esgotando, então o material “não-degradável” fica de fora. Sobre a água parada, Arnhold diz que a rotatividade - de pneus - “é grande”: “Não passa de duas semanas”. Sobre o resto do lixo, afirma que a limpeza está sendo feita aos poucos.

A questão chegou à Câmara de Vereadores. Jairo da Silveira, o Jairinho (PTB) afirma que foi ao local na manhã de segunda-feira, 19, e ficou preocupado com o fato de a Prefeitura depositar ali os pneus usados. Na sessão de terça-feira, 20, ele chamou a atenção dos colegas para o problema. Segundo o vereador, ele entrou em contato com o funcionário responsável, que também nessa ocasião teria alegado falta de lugar melhor para depósito desse material. “É um local ideal para a proliferação do mosquito da dengue”, pondera Jairinho. Ele apontou ainda que pessoas que moram nas proximidades da área estão fazendo um abaixo-assinado contra a situação. 
 
(Diário de Canoas, 26/05/2008)