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sustentabilidade emissões de co2 biocombustíveis
2008-05-27
Elegante e com fala pausada, Ernst Ligteringen é uma das maiores autoridades mundiais em sustentabilidade.  À frente da Global Reporting Initiative (GRI), organização não-governamental que elabora normas para a produção de relatórios de sustentabilidade e transparência, ele presidiu a Conferência Global sobre Sustentabilidade e Transparência, que ocorreu no início do mês.  No dia 25, ele vem ao Brasil para participar de uma conferência realizada pelo Instituto Ethos.

DINHEIRO - Como o sr.  Avalia a posição do Brasil em relação à sustentabilidade?

ERNST LIGTERINGEN - O Brasil enfrenta vários problemas.  Basta olhar a Amazônia.  O País apresenta um dos maiores desequilíbrios na distribuição de renda.  Se quiser ter sucesso, precisará ajustar esses problemas.  Há um movimento forte por parte do governo e de várias empresas.  Daí o lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial e o Novo Mercado, ambos da Bovespa.  Vemos no Brasil um crescente interesse nos relatórios de sustentabilidade, para facilitar o acesso às melhorias dessas companhias.

DINHEIRO - O que o sr.  Acha sobre a maior demanda de relatórios brasileiros?

LIGTERINGEN - O Brasil encontra- se no estágio inicial.  Há setores industriais que buscam ampliar a participação nesses relatórios, como as empresas de biocombustíveis, interessadas em melhorá-los para explicar questões como local de plantio e o impacto disso nas comunidades.

DINHEIRO - Qual sua opinião sobre o aumento da produção de biocombustíveis no Brasil?

LIGTERINGEN - Depende das circunstâncias onde é produzido.  Biocombustíveis reduzem emissões de carbono, ajudam a produzir energias renováveis, geram empregos, mas ocasionam problemas, se a produção substitui áreas agrícolas.  Isso pode ser exposto em relatório de sustentabilidade.

DINHEIRO - O que pode ser feito em relação a empresas que poluem o meio ambiente?

LIGTERINGEN - Algumas empresas têm problemas de sustentabilidade pois operam com petróleo, produzindo queima de carbono.  Fazemos parte desta economia e temos ações dessas companhias.  Somos uma sociedade que se tornou dependente do petróleo.

DINHEIRO - E como resolvemos isso?

LIGTERINGEN - Temos de encontrar a solução juntos e aí vem a questão crítica.  Será que essas empresas olham para o futuro a fim de encontrar soluções?  Não cabe a mim dar essa resposta.  Toda a sociedade deve estar envolvida.

"Para se fortalecer, o Brasil deve tentar resolver a questão da miséria"

DINHEIRO - Como está o Brasil em relação a outros países em desenvolvimento?  LIGTERINGEN - O Brasil apresenta enorme diversidade e deve tentar resolver os problemas associados aos milhares de brasileiros que vivem na miséria.  Na maioria dos países em desenvolvimento essas questões são similares.  Mas o Brasil está se desenvolvendo rapidamente e pode fortalecer sua posição no mercado global.

DINHEIRO - Quer dizer que conhecemos os problemas mas não as soluções?

LIGTERINGEN - Métodos de sustentabilidade não são uma ciência concluída com os quais é possível dizer qual o melhor jeito de fazer as coisas.  Há muito para ser descoberto e isso depende das pessoas dividirem experiências.

DINHEIRO - Como o sr.  Vê a transparência em empresas?

LIGTERINGEN - Acho que os relatórios têm informações mais confiáveis.  É preciso mais progresso porque nosso conhecimento sobre sustentabilidade é limitado.  Entendemos até certo ponto como as mudanças climáticas funcionam e nos afetam.  À medida que avançamos nessas questões podemos chegar a melhores guias e a relatórios que podem ser cruciais para entender as alterações no nosso meio.

DINHEIRO - E crê que as empresas estão preocupadas ?

LIGTERINGEN - As mudanças ocorridas no mundo têm feito as pessoas olharem para essas questões.  Nossa economia é dependente do petróleo.  Sabemos que as reservas terão fim e que a emissão desses gases altera o clima.  A mudança de clima afeta diversos lugares no mundo, que, por sua vez, alteram a produção de comida.  Essas questões refletem- se em várias companhias.

DINHEIRO - Por isso é tão importante a transparência nos relatórios?

LIGTERINGEN - Quem lê os relatórios leva muito a sério o conteúdo.  Seria um grande erro vê-los como oportunidade de se comunicar contando apenas as boas ações e novidades da companhia.

(Por Márcia Vaisman, Revista Istoé Dinheiro, FGV, 26/05/2008)



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