O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu intervir no bate-boca entre o futuro ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Em reunião que pretende fazer com os dois, no máximo até terça-feira, dia em que Minc tomará posse, Lula vai pedir que eles suspendam as agressões mútuas. Um auxiliar do presidente disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que, a cada desaforo de um para o outro, Lula reclama: "Será que esses dois não percebem que isso prejudica a imagem do País lá fora, justamente num momento tão bom para os nossos negócios?"
Foi Minc quem puxou a briga. Logo que aceitou o chamado para suceder a senadora Marina Silva, na semana passada, atacou Maggi, um importante aliado de Lula, defensor intransigente do agronegócio. De Paris, onde estava e de onde concedeu entrevistas, Minc elegeu Maggi como "inimigo da floresta" e insinuou que o governador só não planta soja nos Andes porque não pode.
Maggi reagiu dizendo não ter terras nos Andes e que é folclore a informação, circulante nos meios ambientais, de que é o maior plantador individual de soja do mundo. Minc rebateu insinuando que Maggi era um piromaníaco. E, na quarta-feira, anunciou que o desmatamento aumentou 60% em Mato Grosso no mês de abril, antecipando anúncio oficial que será feito na segunda-feira. Maggi contestou os dados.
(Estadão,
Ambiente Brasil, 26/05/2008)