A comissão que organizou o encontro em que o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende foi ferido com um facão por um grupo de índios em Altamira (PA) negou nesta sexta-feira, por meio de nota oficial, que seus integrantes compraram armas. Imagens veiculadas por emissoras de televisão mostram alguns integrantes da comissão comprando facões.
O engenheiro participava de um encontro para discutir a construção de barragens na bacia do rio Xingu quando foi ferido depois de participar em um debate.
De acordo com a nota, um membro da organização comprou apenas três facões para ajudar na montagem dos acampamentos. A comissão diz lamentar a agressão ao engenheiro e afirma que os índios Kayapó costumam carregar facões, arcos e flechas quando saem de suas aldeias para participar de eventos.
A nota classificou o episódio como "um fato lamentável, porém isolado e acidental" e criticou a falta de divulgação das atividades e das discussões do encontro.
"O ato de transformar e divulgar o infeliz incidente ocorrido com o funcionário da Eletrobrás como único destaque do Encontro, exclui o conjunto de reivindicações que as populações indígenas, extrativistas e ribeirinhas, movimentos sociais estão fazendo em relação ao futuro da Bacia do Xingu", diz o comunicado.
(Folha Online, 23/05/2008)