Acontecem, muitas vezes, fatos jocosos na implementação de unidades de conservação e o que vou relatar aqui é um deles, antigo, mas, assim mesmo, demonstra o empenho e a criatividade de funcionários públicos comprometidos com a função de proteger a natureza. A região onde ocorreu o fato está no estado do Pará e se trata da reserva biológica do Rio Trombetas.
Em 1970, a proteção dos tabuleiros de desova de tartarugas de rio passou a ser uma atribuição do então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), órgão que também era o responsável pela gestão das unidades de conservação do Brasil. Em 1975, o pioneiro nos estudos de ocorrência desses animais na Amazônia, José Alfinito, chamou a atenção para a necessidade de se proteger os tabuleiros de desova da tartaruga de rio Podocnemis expansa e principalmente daqueles que foram posteriormente englobados pela reserva biológica do Rio Trombetas; pois, na ocasião, se tratava dos tabuleiros onde havia a maior desova de tartarugas, dentre todos os conhecidos.
A criação da reserva biológica do Rio Trombetas vinha sendo indicada pelo projeto RADAM