(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
exploração de petróleo
2008-05-26

Em tempos em que a cotação do barril do petróleo no mercado internacional quebra um recorde atrás de outro, tendo ultrapassado a marca dos US$ 130, a pergunta que se impõe é: por que os preços do petróleo não param de subir?

O fundamento principal para a alta na tendência dos preços de petróleo, de acordo com livro que acaba de ser lançado por professores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a incerteza sobre demanda e oferta futuras do óleo.

Incertezas que, de acordo com o livro Textos de Discussão em Geopolítica e Gestão Ambiental de Petróleo, afetam os investimentos em novos projetos em exploração e produção de petróleo, o que acaba dificultando e até impedindo o equilíbrio no mercado e uma cada vez mais improvável queda nos preços do combustível.

A obra, organizada por Alexandre Salem Szklo e Alessandra Magrini, é resultado de estudos desenvolvidos nos últimos três anos em duas disciplinas de doutorado do Programa de Planejamento Energético da Coppe: mercado internacional de petróleo e sua geopolítica e gestão ambiental na indústria do petróleo.

“Trata-se de uma coletânea de versões modificadas de artigos – em sua maioria publicados em revistas indexadas no Brasil e no exterior – que trazem resultados de dezenas de estudos nessas duas grandes áreas de trabalho da Coppe”, disse Szklo à Agência FAPESP. Em suas 424 páginas o livro traz 24 artigos.

“Os textos são independentes, mas fazem parte de um conjunto de argumentos que explicam por que a indústria do petróleo enfrenta uma situação de tensão mundial associada tanto à escassez e dificuldade de acesso ao óleo como aos problemas que envolvem o refino e o mercado crescente de derivados de petróleo nos países emergentes”, explicou.

Na linha de pesquisas em geopolítica de petróleo, segundo Szklo, o elo entre os vários estudos é justamente o preço. Para isso, não poderiam ficar de fora discussões sobre o mercado chinês do produto e a contribuição da evolução da economia daquele país para a trajetória ascendente nos preços.

“Nessa área do conhecimento temos ainda discussões importantes sobre as diferenças de preço entre petróleos de melhor e pior qualidade, o acesso às reservas, os gargalos que envolvem o refino do óleo no país e até os problemas da competição entre etanol e gasolina para a indústria mundial de petróleo, fatores que também influenciam a qualidade e o preço final do produto”, afirma Szklo.

Em relação às questões ambientais, são discutidas no livro as relações entre a indústria e o meio ambiente, em especial os instrumentos e políticas ambientais como parte das estratégias empresariais.

“Nessa parte são discutidos desde aspectos de gestão corporativa a impactos ambientais na cadeia do petróleo, abordando temas como o reúso de água em refinarias”, disse.

“Indústria química brasileira e o desenvolvimento sustentável”, “Estudo de localização para instalação de uma refinaria de petróleo no estado do Rio de Janeiro” e “Análise comparativa das condições e padrões de lançamento de efluentes nos corpos hídricos brasileiros” são temas de artigos dessa parte da obra.


Compreensão da tendência de alta

O livro aponta que uma das principais explicações para as incertezas nos preços se fundamenta na idéia de que não se conseguirá, em breve, repor as reservas de petróleo no mundo, o que aumentaria a pressão sobre os preços.

“A evolução do preço do óleo no Brasil é condicionada pelas cotações internacionais do barril. Isso porque o país não é um produtor capaz de afetar o valor no mercado mundial. Por mais que a Petrobras aumente a produção, isso acaba não tendo influência no preço final do petróleo pelo fato de ele ser uma commodity transacionada internacionalmente”, explicou Szklo.

“Por outro lado, o aumento na produção local diminui a dependência do país do mercado internacional. Com a produção e refino, a Petrobras, por exemplo, fica sujeita à oscilação de custo, e não de preço, conseguindo assim dominar parte da volatividade de preços do óleo para o consumidor final”, disse.

O Brasil, lembra o professor da Coppe, exporta hoje cerca de 600 mil barris de petróleo por dia a aproximadamente US$ 80. Por outro lado, importa em torno de 300 mil barris por dia, de um tipo mais fino, a US$ 130, principalmente para abastecer o mercado interno de diesel.

Outra explicação importante para a alta nos preços é que o mercado de petróleo está assistindo ao retorno de uma “geopolítica dura” em que, após um período em que o balanceamento de oferta e demanda era fruto da dinâmica de mercado, os aspectos geopolíticos da oferta estariam retomando sua relevância na determinação dos preços.

O livro aponta não haver evidências de que, como em outros momentos, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) esteja criando escassez de petróleo para definir um patamar mais alto de preços. “Ao contrário, as evidências internacionais mostram que os preços têm crescido a despeito dos esforços da organização em estabilizar o mercado”, salientou Szklo.

“É verdade que tensões geopolíticas no Oriente Médio, na Nigéria e na Venezuela têm contribuído para o aumento, mas a Opep, ainda que possa se beneficiar de sua influência sobre os valores, não controla tais eventos e tensões”, disse Szklo, que assina o primeiro artigo da obra, intitulado “Diálogo socrático sobre a tendência do preço do petróleo”.

A publicação é destinada a estudantes de graduação e pós-graduação de áreas como economia, engenharia e planejamento energético, planejamento ambiental e demais interessados no assunto.

Textos de Discussão em Geopolítica e Gestão Ambiental de Petróleo
Organizadores: Alexandre Salem Szklo e Alessandra Magrini
Lançamento: 2008
Preço: R$ 83
Mais informações: www.editorainterciencia.com.br

(Por Thiago Romero, Agência Fapesp, 26/05/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -