A diminuição do uso das sacolas plásticas é estimulada pelos pequenos agricultores da Feira Ecológica da rua José Bonifácio, em Porto Alegre (RS). Há dois anos, os produtores entregam vales-compra às pessoas que levam suas próprias sacolas. A próxima ação acontece no dia 31 de maio, quando nenhuma banca fornecerá as sacolas de plástico.
A assessora de imprensa da Feira Ecológica, Cláudia Dreier, afirma que a preocupação dos agricultores vem do aumento desenfreado das sacolas plásticas descartadas no meio ambiente. As sacolas podem demorar mais de 400 anos para se degradar na natureza.
Cláudia explica que uma alternativa são as sacolas biodegradáveis. No entanto, é preciso observar a composição da sacola ao fazer a compra. Apenas a sacola de amido ou produzida por outro tipo de bactéria decompõe no meio ambiente. No entanto, existem no mercado as sacolas de petróleo. Nesse caso, não ocorre a decomposição, porque as longas moléculas do petróleo não são consumidas pelos microrganismos.
“Você imagina aquele joguinho de lego, pra entender como é uma molécula de plástico a base de petróleo. Então, são várias pecinhas encaixadas e no plástico biodegradável de petróleo, os fabricantes acrescentam um solúvel pra quebrar a molécula, pra separar o joguinho de lego, mas quando essa pecinha vai pra natureza, ela continua inteira”, afirma.
Os agricultores da Feira Ecológica oferecem como alternativa de alimentação mais saudável as sementes de feijão crioulas. Cláudia diz que elas são mais saborosas e o seu preparo é igual ao das sementes industrializadas. No entanto, seu valor nutricional é maior.
“Todos esses processos são naturais, eles não passam por um tratamento químico, por exemplo, as indústrias de sementes, pra fazer aquela semente do pacotinho, tem toda uma seleção. A grande vantagem é que é natural e toda a semente que é natural, que não foi trabalhada, não foi germinada, tem uma força diferente, porque ela tem todos os nutrientes presentes”, garante.
Além dos feijões, são encontrados milhos coloridos diferentes dos comercializados nos supermercados. Na Feira Ecológica também tem sementes de pitoca, porongos e frutos da terra, como o cará, o inhame, o gengibre e o açafrão. A Feira Ecológica une cerca de 200 famílias do Estado e acontece todos os sábados pela manhã na primeira quadra da rua José Bonifácio, junto ao Parque da Redenção.
(Por Paula Cassandra, Agencia Chasque, 23/05/2008)