Motivo de grande destaque na mídia internacional, a nova descoberta da Petrobras na região abaixo da camada de sal, anunciada na quarta-feira (21/05), frustrou analistas do mercado financeiro, por falta de detalhes sobre o volume encontrado. A descoberta ocorreu no bloco BM-S-8, nas águas ultraprofundas da Bacia de Santos, projeto batizado pela Petrobras de Bem-Te-Vi.
Para o Wall Street Journal, as recentes descobertas podem fazer do Brasil uma 'potência petrolífera'. Em reportagem publicada sexta-feira (23/05), o jornal mostrou um panorama otimista das recentes descobertas. 'Com os preços do petróleo atingindo novas máximas, grandes descobertas no Brasil podem aumentar o otimismo do setor de energia de que pode entregar petróleo suficiente para acompanhar a alta da demanda.'
Os autores do texto, John Lyons e David Luhnow, dizem que a cada nova descoberta na região aumenta a percepção de que o Brasil pode ter petróleo suficiente para participar das 'grandes alianças de exportadores mundiais'. Apenas em Tupi, a Petrobras calcula uma jazida entre 5 e 8 bilhões de barris. Para o jornal, a taxa de sucesso em diferentes poços na região pode indicar que a Bacia de Santos seria um 'megadepósito contíguo de petróleo'.
Segundo o diário português Jornal de Negócios, o banco Goldman Sachs informou que 'o mercado está focado nas notícias sobre exploração de petróleo no Brasil'. A nota do Goldman estima que Bem-Te-Vi tenha 5 bilhões de barris, mas alerta que o maior risco para seu desempenho está no dimensionamento das reservas. 'É impossível saber a quantidade e a qualidade do petróleo de uma reserva antes que ele comece a jorrar', concordam os jornalistas do Wall Street Journal.
(Correio do Povo, 25/05/2008)