O Brasil e as outras nações latino-americanas convidadas para a reunião de ministros de Meio Ambiente do G8 (grupos dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia) em Kobe, no sudoeste do Japão, mostraram-se dispostos a participar ativamente da luta contra a mudança climática.
Representado por Ana Maria Sampaio, embaixadora em Nairóbi (Quênia) perante o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o Brasil garantiu que serão dados passos mensuráveis, verificáveis e reais contra o efeito estufa, disseram à Efe fontes diplomáticas.
Em sua participação no encontro, Sampaio destacou a experiência do Brasil no campo dos biocombustíveis e disse que, por meio do uso generalizado desse insumo energético, o país reduz suas emissões de gás carbônico em 675 milhões de toneladas.
A diplomata brasileira pediu aos membros do G8 que cumpram as metas estabelecidas em 1997 pelo Protocolo de Kyoto e definam níveis de redução nas emissões a médio prazo.
Fundo Verde
Durante o encontro, o México propôs a instituição do chamado Fundo Verde, que agruparia todas as nações do mundo, disse à Efe o secretário de Meio Ambiente e Recursos Naturais do país, Juan Rafael Elvira.
Segundo o mexicano, ficou provado que o Protocolo de Kyoto é insuficiente e que é necessário chegar a uma solução que inclua os países desenvolvidos, responsáveis por 52% das emissões.
Elvira também disse que as contribuições ao fundo deveriam ser determinadas pelo percentual total das emissões de cada país, pelo percentual das emissões per capita e por seu PIB (Produto Interno Bruto).
"As nações desenvolvidas contribuiriam com mais e poderiam recuperar parte [dos recursos] para desenvolver projetos sustentáveis, enquanto os países em desenvolvimento, que pagariam sua parte correspondente, teriam direito a receber mais", explicou.
Por sua vez, as nações mais pobres, como os da América Central, contribuiriam com um valor mínimo e teriam direito a todos os benefícios do fundo.
Ainda segundo o secretário mexicano, em julho, o presidente do seu país, Felipe Calderón, participará da cúpula do G8 na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, onde apresentará melhor a proposta.
(Por Isabel Conde, Folha de S. Paulo, com EFE, 25/05/2008)